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Quer dividendos? Vale (VALE3) lidera ranking das 10 mais recomendadas; veja lista completa

Investimento focado em dividendos possibilita fluxo de renda recorrente e menor volatilidade

Foto: Shutterstock

Há quem invista na Bolsa de valores pensando nas ações que mais podem se valorizar, há quem foque em diversificação, e há quem tenha em vista montar uma carteira voltada ao recebimento do lucro das empresas na forma de dividendos ou JCP (Juros sobre Capital Próprio). Esta última estratégia, além de possibilitar um fluxo de renda recorrente, também tende a levar a ativos com menor volatilidade nos preços.

Nos últimos 12 meses, o Índice de Dividendos (IDIV), cujos componentes são empresas com ações negociadas na B3 que se destacam pelos pagamentos a investidores, acumula queda de 0,41%. O declínio é muito inferior à desvalorização do Ibovespa no período, de 13,63%. Em 2022, enquanto o Ibovespa soma ganhos de 7,22%, o IDIV já avançou 15,13%.

IDIV x Ibovespa nos últimos 12 meses

Gráfico comparando a performance do IDIV e do Ibovespa nos últimos 12 meses
Fonte: TradeMap

Ainda que ações de muitas indústrias distribuam dividendos, as de setores como energia elétrica, commodities e bancos costumam dominar as indicações de analistas para quem está interessado em receber proventos.

Isso se confirma nas sugestões para junho de 13 corretoras consultadas pela Agência TradeMap. O motivo para a popularidade destes setores é que, além da perspectiva de boa distribuição de lucros, os analistas consideram, para elaborar carteiras de dividendos, a qualidade e a solidez da equipe de gestão.

O modelo de negócios das companhias também entra na conta, e neste caso são favorecidas as empresas com natureza mais defensiva – ou seja, cujos resultados dependem menos da saúde da economia. Outra métrica importante é o dividend yield, usado para medir a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações.

Confira as ações mais recomendadas para investir com foco em dividendos em junho. Vale ressaltar que a periodicidade na distribuição de proventos muda entre as companhias, o que pode explicar variações nos dividend yields e nos proventos por ação.

Ação Número de indicações Dividend yield em 2022 Proventos por ação em 2022
Vale (VALE3) 10 4,31% R$ 3,72
Banco do Brasil (BBAS3) 7 4,16% R$ 1,52
Itaú (ITUB4) 7 0,27% R$ 0,07
Petrobras (PETR4) 7 21,93% R$ 6,59
Alupar (ALUP11) 5 4,60% R$ 1,23
BB Seguridade (BBSE3) 5 3,46% R$ 0,93
Engie (EGIE3) 5 3,32% R$ 1,46
JBS (JBSS3) 5 2,81% R$ 1,00
Copel (CPLE6) 4 7,03% R$ 0,52
Isa CTEEP (TRPL4) 4 0,00% R$ 0,00
Fontes: BB Investimentos, BTG Pactual, Elite Corretora, Genial Investimentos, Guide, Mirae, Warren, Órama, Safra Corretora, Santander Corretora, PagBank, Ativa Investimentos e Nu Invest

As vencedoras: empresas de energia elétrica

Da lista de dez ações mais indicadas para quem busca bons dividendos, quatro são companhias de energia elétrica. De acordo com analistas da Santander Corretora, o setor é, historicamente, o mais defensivo da Bolsa – e o segmento de transmissão de energia é o mais defensivo de todos.

Dentro deste setor, o papel mais recomendado para junho foi a unit da Alupar (ALUP11). De acordo com os analistas do BTG Pactual, a expectativa é que uma série de investimentos em projetos de geração de energia eólica e solar da companhia entrem em operação neste ano, reduzindo o endividamento e abrindo espaço para dividendos maiores, uma vez que uma parte menor dos lucros terá de ser revertida no pagamento de dívidas.

Atualmente, o somatório das dívidas da empresa corresponde a 3,1 vezes o seu Ebitda, a maior alavancagem entre as empresas de transmissão de energia. Com a diminuição desse índice, o BTG espera que a companhia alcance um dividend yield de 9,1% em 2022 e 9,5% em 2023.

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Outra empresa que recebeu muitas indicações de compra para quem busca dividendos foi a Engie (EGIE3), do segmento de geração. A companhia vem se mostrando uma excelente pagadora de dividendos desde sua privatização, diz a Órama, e as boas perspectivas sobre as iniciativas recentes no mercado de gás e em eólicas trazem mais otimismo em relação aos papéis, na visão da corretora.

Diferentemente da Alupar, nota a Ativa Investimentos, a Engie possui uma alavancagem controlada, com dívida líquida equivalente a 2 vezes o Ebitda, o que indica espaço para seguir remunerando os acionistas. Para 2022, a estimativa da Ativa é que a Engie atinja um dividend yield de 4,8%.

“Em nossa visão, o histórico massivo de dividendos aliado a fatores como boa performance operacional e diversificação da sua matriz energética, com novos investimentos em energias alternativas, colaboram para nossa visão positiva no papel”, afirmam os analistas da Guide.

Outra companhia que costuma pagar bons dividendos, a Copel (CPLE6), enfatizou na divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano que poderá elevar ainda mais seu percentual de distribuição de dividendos, devido à redução no endividamento e à melhora no caixa.

Para a companhia, a Ativa espera um pagamento de proventos na casa de 50% do lucro líquido neste ano.

A ação que completa as mais recomendadas do setor é a Isa CTEEP (TRPL4). Na análise da Ativa, a companhia tem suas operações equilibradas e deve continuar gerando caixa. “Consideramos este um bom investimento para estratégia de dividendos, o qual proporciona também segurança na carteira”, dizem os analistas do BTG, que esperam um dividend yield de 9% em 2022 e de 11,8% em 2023.

Para as ações de energia elétrica como um todo, o maior risco é uma alta expressiva nas taxas de juros no curto prazo, na análise da Santander Corretora. Isso poderia diminuir a atratividade de seus dividendos em relação à rentabilidade de títulos de renda fixa.

Sempre elas, as commodities

Setor de maior peso na Bolsa brasileira, as ações ligadas a commodities também costumam ser reconhecidas por seu pagamento de dividendos robustos.

No setor, a recomendação da Vale (VALE3) foi quase unanimidade. De acordo com o BTG, a companhia deve seguir divulgando bons resultados, diante do aumento de demanda que eleva os preços do minério de ferro, e a gestão da empresa segue disciplinada na alocação de capital, o que significa que a maior parte da agenda deva focar em retorno de caixa aos acionistas.

Na projeção do banco, a mineradora deve atingir um dividend yield de 15% neste ano, incluindo o recente anúncio do programa de recompra de ações de aproximadamente US$ 8 bilhões. Este programa, na visão da Santander Corretora, reforça o foco da empresa na remuneração aos acionistas.

“Enxergamos as empresas brasileiras do setor, a exemplo da Vale, como bem posicionadas no mercado interno e externo, com fluxos de caixa fortes, alavancagem controlada e, em sua maioria, companhias boas pagadoras de dividendos”, diz o Santander.

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Outra gigante da B3, a Petrobras (PETR4) aprovou, no primeiro trimestre deste ano, um dividendo acima do esperado de R$ 3,72 por ação, possibilitado pela forte geração de caixa no período. A Santander Corretora destaca também a contínua desalavancagem da companhia, que deve se traduzir em um maior rendimento de dividendos a partir de 2022.

“Sua capacidade de geração de caixa atual, a posição de dívida líquida equalizada e a intenção em remunerar trimestralmente o investidor são motivos para enxergarmos uma relação risco x retorno positivamente assimétrica em seus papéis”, escrevem analistas da Ativa. A corretora estima uma distribuição de R$ 106,7 bilhões em 2022, o que significa um dividend yield de 24,4%, se considerada a cotação atual do papel.

Completa a lista de ações de commodities mais indicadas a JBS (JBSS3), que deve ter seus resultados sustentados por uma forte demanda por proteínas e por preços elevados para estes produtos, segundo a Safra Corretora.

Além de vir apresentando bons resultados, a companhia anunciou o cancelamento de 26,7 milhões de ações que estavam em tesouraria, criou um novo programa de recompra de até 10% das ações em circulação e distribuiu R$ 2,2 bilhões em dividendos, entregando valor a seus acionistas.

A segurança das financeiras

Segunda ação mais indicada para quem busca dividendos, o Itaú (ITUB4) deve se provar defensivo no atual ambiente de elevação nas taxas de juros, diz o BTG. “O banco é conhecido por ser o mais conservador do setor e foi quem mais realizou provisões para pagadores duvidosos no primeiro trimestre, tornando-o um ativo bastante resiliente em momentos de incertezas fiscais e econômicas como o que estamos vivendo atualmente”, afirmam os analistas do PagBank.

Outro banco recomendado pelos analistas é o Banco do Brasil (BBAS3), que também tem um perfil de risco menor em sua carteira de crédito, com empréstimos aos setores agrícolas e menor concentração de empréstimos sem garantia, aponta o BTG.

Os analistas do banco complementam que, se o Banco do Brasil conseguir manter seu lucro estável e mantiver os mesmos níveis de payout, em dez anos um acionista receberia de volta todo o valor de mercado em dividendos. O BTG espera um dividend yield de 10% neste ano.

Entre as seguradoras, a BB Seguridade (BBSE3) se destaca, na visão de analistas da Safra Corretora, por seu perfil defensivo, a baixa volatilidade de seus resultados e a forte distribuição de dividendos.

A expectativa do Safra é que a companhia mantenha sua performance operacional nos próximos trimestres, e que os resultados financeiros deixem de atrapalhar o resultado final.

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