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Problema para bancos, inadimplência atinge recorde em março, diz CNC

Ações do setor registram queda hoje, após avanço intenso no primeiro trimestre

Foto: Shutterstock

A parcela de famílias brasileiras com dívidas subiu em março e atingiu um novo recorde, arrastando consigo também a inadimplência, que também alcançou nova máxima histórica, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio).

De acordo com os dados da Confederação, a proporção de famílias endividadas aumentou 0,9 ponto porcentual em março ante fevereiro, para 77,5% – o maior índice já registrado nos 12 anos do levantamento. Há um ano, essa parcela era de 67,3%.

As dívidas, neste caso, incluem cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa.

A pesquisa da CNC mostrou ainda que, do total de famílias consultadas, 27,8% disseram que estão com dívidas ou contas em atraso – também o maior nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2010.

A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que permanecerão inadimplentes também cresceu na passagem mensal, com aumento de 0,3 ponto percentual (de 10,5% para 10,8% do total de famílias).

O aumento da inadimplência foi um dos destaques negativos nos balanços do setor bancário referentes ao quarto trimestre de 2021. A perspectiva de que mais clientes podem deixar de pagar empréstimos força estas instituições a aumentar as reservas para cobrir as perdas com os empréstimos inadimplentes e, em última instância, prejudica os resultados destas empresas.

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Segundo Izis Ferreira, economista da CNC, a expectativa é de que a inadimplência continue crescendo nos próximos meses. “O crédito continuará caro, com a manutenção dos juros altos por mais tempo, em razão do novo choque nos preços aos consumidores. Somando-se à fragilidade apontada no mercado de trabalho, a dinâmica da inadimplência dos consumidores nos próximos meses seguirá sendo negativamente afetada”.

Hoje, as ações do setor bancário caíam em bloco, depois de terem acumulado alguns dos avanços mais intensos da Bolsa no primeiro trimestre. Perto do fechamento do mercado, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) recuavam 1,37%, mas ainda acumulavam alta de 31,5% em 2022. Banco do Brasil (BBAS3) caía 0,86%, mas registrava alta de 23,2% no ano, e Bradesco (BBDC4) tinha queda de 1,12% no pregão, mas ainda suba 15,6% em 2022.

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