As incertezas quanto à demanda por produtos da Natura (NTCO3) fizeram o Goldman Sachs revisar as expectativas para os resultados da companhia. Segundo o banco, a prévia divulgada pela empresa após supostos vazamentos do balanço do primeiro trimestre trouxe dados negativos, que irão impactar os números dos próximos anos.
O Goldman ainda acha que a Natura terá crescimento da receita líquida em 2022 – de 11%, para R$ 40,8 bilhões -, mas o número é 5% menor do que a previsão anterior do banco. A estimativa para o lucro líquido do período caiu 44%, passando de R$ 957 milhões para R$ 540 milhões.
Para o período de 2022 a 2024, o Goldman Sachs reduziu em 3% a projeção de receita líquida da Natura e em 24% a estimativa de lucro líquido, “refletindo as incertezas da demanda, especialmente na Avon Brasil e Avon Internacional”.
Os dados publicados pela Natura mostraram que na Avon Brasil houve aumento nas vendas em relação ao quarto trimestre de 2021, mas queda em relação aos primeiros três meses do ano passado, e que na Avon Internacional as operações foram prejudicadas pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A empresa havia divulgado anteriormente que os dois países representavam cerca de 5% das receitas do grupo e menos de 3% do Ebitda (o lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) do grupo.
“A Body Shop também experimentou uma queda nas vendas principalmente na Europa, além do impacto do reequilíbrio do canal”, destacou o Goldman Sachs.
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Na quarta-feira passada (20), as ações da Natura despencaram na Bolsa após informações acerca dos três primeiros meses da companhia virem a tona. No dia, os papéis da Natura encerraram o pregão recuando 15,58%.
Após a sessão, a empresa divulgou um comunicado com prévias operacionais para o trimestre, e declarou que fez uma reunião com analistas para explicar os negócios e as perspectivas da empresa, e acrescentou que o suposto vazamento dos resultados do primeiro trimestre na verdade reflete “as inferências e projeções dos próprios analistas de mercado” a respeito dos dados apresentados durante o encontro.
Segundo documento divulgado pela Natura, a empresa deve apresentar uma receita líquida entre R$ 8,20 bilhões e R$ 8,25 bilhões – o que representa queda de 12,7% a 13,3% em relação aos números do mesmo período de 2021, quanto teve receita líquida de R$ 9,45 bilhões.
A empresa atribuiu a queda a um “primeiro trimestre de 2021 particularmente forte”, com um aumento de 25,8% na receita líquida em relação ao primeiro trimestre de 2020.
Por volta das 16h (de Brasília), as ações da Natura caíam 1,27%, a R$ 20,24. O valor ainda é inferior ao de R$ 26 fixado como preço-alvo pelo Goldman Sachs, que apresenta recomendação neutra para o papel.