A despeito das análises que apontam a desaceleração da economia no próximo ano, o preço do barril de petróleo deve voltar a subir acima dos três dígitos ao longo de 2023. Esta é a visão do BTG Pactual em relatório divulgado aos investidores nesta segunda-feira (26).
O barril tipo Brent, referência para o preço internacional do petróleo, fechou em alta de 3,6% na sexta-feira (23) na plataforma ICE, a US$ 83,92. Hoje, o mercado não abriu em função de um feriado no Reino Unido.
O preço no fim da semana passada foi empurrado pelo anúncio de cortes na produção na Rússia, que desde a invasão da Ucrânia, em março, sofre uma série de sanções econômicas voltadas principalmente a coibir a venda das commodities do país ao Ocidente.
Para o BTG Pactual, o ano que se aproxima deve manter o quadro de desequilíbrio entre a oferta e demanda, jogando mais pressão para os preços do petróleo superarem US$ 100.
Como principais pontos para a valorização do óleo, o banco de investimento cita o que os economistas chamam de baixa elasticidade deste mercado – o que significa que a demanda segue alta mesmo com os preços elevados -, a retomada das atividades na China com a flexibilização da política de Covid Zero e a resiliência da atividade americana.
Os dois últimos fatores, porém, podem ser colocados em xeque, segundo analistas do BTG. No caso da China, a nova explosão de infecções periga levar ao endurecimento das medidas de restrição social. Já nos EUA, o Fed (o banco central americano) já deixou claro que vai manter a alta dos juros até que a inflação desacelere, e mesmo que isso prejudique o crescimento econômico.
O banco de investimentos ainda cita o pequeno espaço para o incremento da oferta pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) como ponto para crer na valorização do barril.
A expectativa de valorização do petróleo em 2023 já havia sido divulgada pelo Bank of America (BofA), em estudo publicado na primeira quinzena deste mês.
Assim como o BTG Pactual, a instituição americana acredita no barril acima de US$ 100 diante de “ambiente de mercado apertado” projetado para os próximos meses.