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Positivo (POSI3) aposta em vendas ao governo para driblar baixa do varejo em 2022

A Positivo Tecnologia, que publicou na terça-feira (22) o balanço do quarto trimestre, mostrou crescimento nas vendas dos principais produtos que compõem o seu core business, como notebooks, desktops, tablets e celulares.

O negócio de notebooks, por exemplo, teve uma expansão de 36,3% em relação aos últimos três meses de 2020. Os tablets e celulares, somados, viram a receita subir 18,5% no mesmo tipo de comparação.

A empresa, porém, apesar dos resultados, não está otimista com o desempenho do varejo em 2022, por causa da alta da inflação, dos juros e da guerra de preços entre concorrentes.

Em teleconferência com analistas nesta quarta-feira (23), o CEO da companhia, Hélio Rotenberg, disse que espera uma queda de 10% a 15% para as vendas do varejo no mercado.

O executivo, contudo, deixou claro que a Positivo aposta em outras áreas para seguir crescendo, como a oferta de servidores para outras empresas, soluções de pagamento, assistência técnica, tecnologia educacional, sistemas para casas inteligentes e produtos para o setor público, como urnas eletrônicas.

Leia mais: As cartas na manga da Positivo (POSI3) para compensar a queda no mercado de PCs

O projeto de urnas eletrônicas foi fechado com o governo para as eleições de 2022 com uma demanda de 225 mil urnas e um faturamento estimado de R$ 925 milhões, sendo que parte já foi recebido no quarto trimestre de 2021 e espera-se o pagamento do restante durante o primeiro semestre de 2022.

Além disso, a empresa já fechou contrato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2024, para as quais foram contratadas 176 mil novas urnas, resultando em uma receita de R$ 1,1 bilhão, que começará a ser paga em 2023.

Durante a teleconferência, Rotenberg foi questionado sobre a escassez global de chips e quais são os efeitos para a empresa.

O CEO afirmou que as urnas estão sendo entregues dentro dos prazos e que a companhia só não consegue acelerar este processo por causa da falta de componentes, mas ressaltou que a produção dos componentes já está voltando aos padrões normais e que o preço dos componentes já aparenta uma queda, em razão da normalização na produção.

Adicionalmente, a empresa estima um faturamento de R$ 2 bilhões para o ano de 2022 apenas com vendas ligadas a instituições públicas decorrentes de licitações já ganhas para o ano.

Ainda que as vendas do varejo não cresçam em 2022, a empresa espera manter a rentabilidade do core business e conta com um aumento na participação no setor de mobilidade (celulares, smartphones e tablets), devido à parceria feita com a Transsion Holding, empresa chinesa dona da marca Infinix, a sexta maior produtora de smartphones do mundo.

Segundo Rotenberg, com a entrada da marca Infinix, a empresa preenche a ausência no setor entre celulares entre R$ 1 mil a R$ 3 mil e agora possui o portfólio completo para dispositivos móveis.

Apesar do otimismo apresentado pelo CEO, o trimestre foi negativo nos principais indicadores da empresa. O Ebitda caiu 63,3% e a margem Ebitda teve perda de 19,7 pontos percentuais, chegando a 8,6%, dada a competição dos preços no varejo, comparado com o trimestre anterior.

O lucro da empresa também teve um resultado fraco comparado ao trimestre de 2020, com uma queda de 72,1%, para R$ 41,8 milhões.

Além disso, a empresa teve um aumento significativo no endividamento líquido, que cresceu 151,9%, e teve uma ligeira retração no retorno sobre capital investido (ROIC) de 0,3 p.p, para 21,4%, em relação ao quarto trimestre de 2020.

Segundo Caio Moraes, CFO da empresa, a leve retração do ROIC é devida à elevação no nível de estoques necessários para dar conta da demanda esperada em 2022, em especial nas unidades de instituições públicas, não só nas urnas, mas também no fornecimento de produtos para governos, como notebooks para escolas públicas.

Ele complementa que o aumento da dívida líquida é totalmente operacional, direcionado ao aumento no capital de giro, e disse que se sente confortável com a alavancagem, de 1,6 vez no ultimo trimestre.

Por fim, ressaltou que houve uma estruturação de uma nova debênture em fevereiro de 2022 no valor de R$ 350 milhões com prazo de quatro anos, resultando em um alongamento ainda maior da dívida.

De acordo com os analistas que acompanham a Positivo, este é um bom momento para investir na empresa. Por meio de dados compilados pela Refinitiv e disponíveis na plataforma do TradeMap, há uma unanimidade entre os três analistas nos quais recomendam a compra do papel.

A visão mediana para o preço-alvo da ação é de R$ 15,50, valorização potencial de 91,5%. No fim do pregão desta quarta, a cotação do ativo fechou em R$ 8,01, queda de 0,81%.

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