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Por que o BofA espera lucro maior para BB Seguridade (BBSE3), mas reduziu o preço-alvo?

Os analistas do Bank of America — que acompanham de perto o negócio da BB Seguridade, a holding de seguros do Banco do Brasil — decidiram elevar as projeções de lucro da companhia em 2022 e nos próximos dois anos, após incorporar na conta os resultados apresentados pela empresa no primeiro trimestre. Por outro lado, reduziram ligeiramente o preço-alvo da companhia, de R$ 31 para R$ 30.

A aparente contradição tem explicação em um indicador que não sai da pauta do investidor: a taxa básica de juros, a famigerada Selic.

Os juros, quando sobem, costumam ser negativos para boa parte das empresas, uma vez que o crédito fica mais caro e reduz o ímpeto para consumo dos brasileiros em geral.

No entanto, para a BB Seguridade, a Selic também é solução. A maior parte dos recursos que a holding arrecada com os seguros que os clientes pagam é aplicada em renda fixa. Com isso, a companhia consegue impulsionar a sua receita, mesmo quando os consumidores estão com o bolso mais apertado.

Desde o início do ano passado, a Selic saiu de 2% ao ano para 12,75%, em um esforço do Banco Central (BC) para conter o avanço da inflação.

Na BB Seguridade, o efeito do avanço dos juros aparece no chamado resultado financeiro consolidado, que, no primeiro trimestre deste ano, mais do que triplicou, com expansão de 258,9% em relação a igual período do ano passado, e passou a corresponder 19,7% do lucro líquido total da holding, ante 6,6% um ano antes.

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Com o empurrão da Selic, a BB Seguridade teve um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão nos primeiros três meses do ano, alta de 21% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Com os novos números as estimativas do Bank of America para o lucro líquido da BB Seguridade passaram de R$ 5,1 bilhões para R$ 5,2 bilhões em 2022, o que seria uma expansão de 33% em relação ao resultado de 2021, segundo relatório distribuído ao mercado nesta quarta-feira (8) e assinado pelos analistas Mario Pierry e Antonio Ruette.

Para 2023, a previsão foi elevada de R$ 5,6 bilhões para R$ 5,8 bilhões, o que equivale a avanço de 11% em comparação ao projetado para 2022. E, para 2024, a conta passou de R$ 6,1 bilhões para R$ 6,3 bilhões, ou um crescimento de 10% ante o nível esperado para o ano anterior.

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No entanto, quando a Selic sobe, torna-se mais arriscado para um investidor colocar seu dinheiro na ação de uma empresa. Afinal de contas, por que investir em um negócio que pode ou não dar certo se a renda fixa está pagando pelo menos a taxa Selic?

É por isso que os analistas calculam o chamado custo de capital, ou seja, o quanto uma empresa tem de gerar retorno para que o investimento seja mais atrativo do que aplicar o mesmo dinheiro na Selic.

Com o aumento dos juros, o Bank of America elevou o custo de capital da BB Seguridade, de 13,8% para 15%.

É natural que, quanto maior o retorno mínimo esperado, mais difícil seja de atingi-lo. Com isso, a expectativa de valorização da ação da companhia é afetada. No caso da BB Seguridade, o Bank of America reduziu o preço-alvo de R$ 31 para R$ 30, ainda com recomendação de compra e com valorização potencial de 18% em relação ao fechamento de ontem.

Por volta das 13h50, a ação da BB Seguridade avançava 0,20%, a R$ 25,47.

Porto Seguro (PSSA3)

Quem também não escapou das contas do Bank of America foi a Porto Seguro. Os analistas do banco decidiram cortar a projeção de lucro para 2022 em 11%. Agora, é de R$ 1,2 bilhão. Antes, era de R$ 1,3 bilhão. Ainda assim, a nova estimativa representa avanço de 3% em relação ao resultado de 2021.

Além disso, a expectativa de preço-alvo foi reduzida de R$ 21 para R$ 18, com recomendação de venda. A nova estimativa representa desvalorização de 6,3% em relação ao fechamento de ontem.

Segundo os analistas, além do aumento do custo de capital, a Porto Seguro tem sido prejudicada pelo aumento da sinistralidade do seguro para veículos, o seu principal produto. Além disso, a companhia sofre com o avanço da inflação para carros e autopeças, que aumenta os custos dos sinistros.

Por volta das 13h15, a ação da Porto Seguro caía 1,29%, a R$ 19,07.

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