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Por que BRF (BRFS3) dispara na Bolsa mesmo com prejuízo gigante no 4º tri? Entenda os motivos

Para o Itaú BBA, um dos destaques do período foram as marcas Sadia e Perdigão, que registraram aumento de 2,6 p.p. na preferência do consumidor

Foto: Shutterstock/rafapress

O fato de a ação da BRF (BRFS3) liderar as altas do pregão desta quarta-feira (1) chama a atenção, uma vez que a empresa encerrou o ano de 2022 com um prejuízo bilionário. Porém, a explicação para isso pode estar internamente.

Isso porque, na visão do Itaú BBA, a operação brasileira surpreendeu positivamente as expectativas. Pelos cálculos dos analistas, as estimativas foram superadas em 26%, com uma lucratividade acima do esperado. “Isso melhorou o desempenho do trimestre, mesmo tendo sido compensado pelo enfraquecimento da dinâmica global”.

Para o banco, o outro destaque é o fato de as marcas Sadia e Perdigão registraram um aumento de 2,6 pontos percentuais (p.p.) na preferência do consumidor e virem ganhos de participação de mercado durante a Copa do Mundo.

A XP, por sua vez, ressalta que a companhia reportou um quarto trimestre mais fraco do que o esperado, mas que a receita de R$ 14,76 bilhões ficou acima da sua projeção.

Por outro lado, a instituição corrobora que o Brasil foi a surpresa positiva, embora longe de compensar a queda em todas as operações internacionais, sobretudo diante da queda nos preços de frango, enquanto os grãos permanecem resilientes.

“A melhora nos indicadores operacionais é um bom alento. Ainda assim, o macro manterá as finanças da BRF estressadas e a alavancagem líquida de 3,75x nos manterá acordados”, afirma os analistas da XP, Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

Essa melhora no mercado brasileiro vai de encontro aos planos da companhia. No ano passado, em conversa com o mercado, o CEO da empresa, Miguel Gularte, disse que a empresa tem que focar no seu negócio principal, que é a produção e venda de carne de frango e suíno.

Os números

Apesar de o frigorífico registrar uma receita recorde no quarto trimestre de 2022, o aumento das despesas pesou e a BRF teve um prejuízo de R$ 956 milhões, praticamente zerando o lucro de R$ 932 milhões visto no mesmo período em 2021. 

Entre outubro e dezembro do ano passado, a BRF reportou receita líquida de R$ 14,8 bilhões, 7,6% maior que no mesmo período de 2021 e em linha com as expectativas dos analistas, refletindo o aumento de 60% do caixa operacional e o novo modelo de gestão focado em eficiência e rentabilidade. 

Os números fizeram o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que nada mais é do que a capacidade da empresa em gerar caixa, somar R$ 484 milhões no quarto trimestre, uma queda de 72,5% ante o mesmo período de 2021.

Por volta de 12h10, a ação ordinária da companhia tinha alta de 11,85%, a 6,88.

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