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Receita da BRF (BRFS3) sobe no 4º tri, mas despesas pesam e empresa registra prejuízo de R$ 956 mi

Frigorífico justificou o resultado pelo impacto de um acordo de leniência e o aumento das despesas

Foto: Shutterstock/rafapress

Apesar de a BRF (BRFS3) registrar uma receita recorde no quarto trimestre de 2022, o aumento das despesas pesou e a dona das marcas Sadia e Perdigão teve um prejuízo de R$ 956 milhões, praticamente zerando o lucro de R$ 932 milhões visto em 2021. 

Em relatório publicado nesta terça-feira (28), o frigorífico justificou o resultado pelo impacto de um acordo de leniência, o aumento das despesas financeiras e os custos com o imposto de renda. 

 

Além disso, a situação da economia também jogou contra o desempenho da empresa nos últimos meses, segundo o CEO da BRF, Miguel de Souza Gularte. “Os avanços realizados permitem que a companhia esteja pronta para capturar as melhores oportunidades diante de um cenário macroeconômico mais estável a partir dos próximos trimestres”.

O desempenho veio bastante abaixo das expectativas do mercado. Com a previsão mais pessimista, o Itaú BBA estimava um prejuízo de R$ 574 milhões, enquanto o BTG Pactual esperava um saldo negativo em R$ 312 milhões. A Genial Investimentos, por sua vez, projetava lucro de R$ 44 milhões. 

Entre outubro e dezembro do ano passado, a BRF reportou receita líquida de R$ 14,8 bilhões, 7,6% maior que no mesmo período de 2021 e em linha com as expectativas dos analistas, refletindo o aumento de 60% do caixa operacional e o novo modelo de gestão focado em eficiência e rentabilidade. 

Os números fizeram o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que nada mais é do que a capacidade da empresa em gerar caixa, somar R$ 484 milhões no quarto trimestre, uma queda de 72,5% ante o mesmo período de 2021.

 

 

O resultado também deve repercutir negativamente entre os investidores, que previam mais do que o dobro do reportado. Com a visão mais modesta, o BTG Pactual esperava um Ebitda de R$ 1,09 bilhão, próximo da expectativa do Itaú BBA de R$ 1,14 bilhão, enquanto a Genial tinha perspectiva de saldo de R$ 1,53 bilhão. 

Com isso, a margem Ebitda ficou em 3,3% no último trimestre, 9,6 p.p (ponto percentual) menor em comparação ao mesmo período do ano anterior. 

No âmbito operacional, o volume de vendas pela companhia no trimestre foi de 1,25 milhão de toneladas, 2% maior que o visto na comparação com o ano anterior.

Mercados

Internamente, as operações brasileiras puxaram a receita da BRF no último trimestre, totalizando R$ 7,76 bilhões, alta de 7,7% ante os últimos três meses de 2021. 

Apesar do saldo positivo, a companhia pontuou o alto endividamento das famílias e o cenário da economia doméstica como fatores de pressão. 

“O cenário de consumo no Brasil continua pressionado principalmente pelo elevado nível de endividamento das famílias que atingiu o quarto recorde consecutivo em dezembro de 2022 com 78,0%. Com alta inflação e juros elevados, o nível de endividamento aumentou e dificultou a gestão do orçamento familiar, levando a inadimplência para 30,0%”, informou. 

Já as operações internacionais, que excluem o mercado asiático e o Halal, registraram receita de R$ 6,23 bilhões, crescimento de 7,3% ante o quarto trimestre de 2021. 

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