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Por que a Azul (AZUL4) prevê resultados recordes para o Ebitda em 2022 e 2023; entenda

O aumento no preço do combustível e a alta inflação não serão capazes de frear o avanço da empresa

Foto: divulgação

Após publicar o balanço do primeiro trimestre, na manhã desta segunda-feira (9), a Azul comunicou ao mercado quais são as suas projeções para 2022 e 2023.

A estimativa mais importante é para o Ebtida (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), que a companhia acredita que será de R$ 4 bilhões neste ano, acima da consenso do mercado, que aponta para um resultado de R$ 3,5 bilhões, segundo coleta feita pela Bloomberg. Para 2023, a empresa estima R$ 5,5 bilhões.

O Ebitda previsto  para 2022 pela Azul representa um avanço de 151,5% em comparação com 2021 e de 10,5% em relação a 2019, antes da crise.

Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira (9), a Azul explicou os fatores que a levam a acreditar em uma expansão em 2022, apesar da alta de 57% nos combustíveis e da inflação de 11,3% em 12 meses até março.

Um dos motivos é que a empresa tem apresentado uma expansão crescente na demanda. Segundo John Rodgerson, CEO da empresa, a Azul registrou reservas recordes em março, mesmo com as tarifas subindo 40% nos últimos três meses.

No primeiro trimestre de 2022, a empresa registrou uma alta de 71% em reservas domésticas frente ao mesmo período de 2019, enquanto as tarifas, na média, avançaram 47,6% no primeiro trimestre deste ano contra igual período do ano passado, de R$ 304,3 para R$ 449,1. Este avanço mostra a capacidade da empresa em equilibrar a receita com o aumento nos custos.

Leia mais: Azul (AZUL4) surpreende Goldman Sachs e banco diz que há chance de elevar previsões

Para analisar essa relação, o setor aéreo utiliza dois indicadores: a receita operacional dividida por assento-quilômetros oferecidos (RASK) e o custo operacional dividido por assento-quilômetros oferecidos (CASK).

O CASK da empresa no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 0,3445, avanço de 21,1% em comparação com o primeiro período de 2021 e avanço de 30% ao comparar com o mesmo período em 2019.

Já o RASK teve um avanço de 38,3% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e atingiu R$ 0,3523, e crescimento de 20,52% em comparação com o primeiro trimestre de 2019. Sendo assim, a capacidade de gerar receita de acordo com o assento-quilômetro oferecido é maior do que os custos.

A empresa, com isso, passou a precisar de uma ocupação média menor para poder ter um resultado operacional positivo, o chamado break-even. Antes, a companhia necessitava de uma taxa média de 85,4%. Agora, o exigido é de 78,6%. A redução é consequência da maior diferença entre receita e custo.

No primeiro trimestre de 2022, a taxa de ocupação apresentada pela empresa foi de 80,4%, 3,9 p.p. superior ao primeiro trimestre de 2021.

Para o segundo trimestre, a empresa espera um resultado recorde para o RASK, mesmo que seja um período do ano historicamente mais fraco, porque, neste momento, a compra para voos que ocorrerão em junho, julho e agosto tem sido “sólida”. Para o ano todo, a expectativa é que o RASK cresça 20% em relação a 2019.

Além disso, a Azul espera contar com uma contribuição maior das viagens corporativas em 2022, que ainda estão em apenas 30% do nível pré-pandemia. Segundo a companhia, as empresas estão se recuperando e devem viajar mais em 2022. Esse tipo de viagem deve contar com o impulso das eleições, por causa das viagens de candidatos pelo Brasil, disse a direção da companhia.

Como consequência dos números melhores, a Azul viu a alavancagem diminuir, nesse início de ano, para 7,8 vezes (quantas vezes a dívida líquida supera o Ebitda de 12 meses), de 11,3 vezes em 2021. A redução ocorreu por causa da valorização do real em relação ao dólar e de pagamentos de arrendamentos e empréstimos no valor de R$ 1,1 bilhão.

Sendo assim, a empresa prevê redução de alavancagem para 4 vezes em 2022 e para 3 vezes até 2023.

Embora a empresa tenha melhorado os resultados, o prejuízo se manteve ao excluir resultados financeiros não-recorrentes. Ainda assim, a empresa conseguiu reduzir o prejuízo recorrente em 24,4%, para R$ 808,4 milhões, em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

Os investidores, portanto, ainda estão com receio em relação à recuperação da empresa e isso se refletiu na cotação do papel da empresa, que apresentou queda de 4,94% nesta segunda-feira e fechou cotada a R$ 18,67.

Por meio de dados compilados na Refinitiv e apresentados TradeMap, a metade dos analistas, cinco de 11, recomenda a manutenção do papel em carteira. Cinco indicam que o momento é oportuno para compra e um deles vê oportunidade para uma “compra forte”. Apenas um considera que o ideal é vender.

A mediana das projeções para o preço-alvo aponta para R$ 37,50, o que representa uma potencial valorização de 100,86% do papel.

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