O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, disse no domingo (21) que a Prio (PRIO3), antuga PetroRio, vai comprar a Dommo Energia (DMMO3). O negócio, segundo ele, dependeria da liberação de créditos tributários da PetroRio pela Receita Federal.
A publicação reviveu o rumor sobre a possibilidade de união das duas companhias, que vinha circulando no mercado pelo menos desde abril. Naquele mês, o jornal Valor Econômico publicou que a Prio era uma entre cinco interessadas nos ativos restantes da Dommo.
A Dommo, outrora chamada de OGX, era controlada pelo empresário Eike Batista e chegou à Bolsa brasileira em 2008. No entanto, sem produzir quase nada do que prometia, entrou em recuperação judicial em 2013. O processo até chegou a ser encerrado em 2017, mas a empresa não conseguiu se reerguer.
Hoje, um dos poucos ativos que a Dommo possui é a participação de 20% na concessão de Tubarão Martelo – campo produtor de petróleo situado no sul da Bacia de Campos, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro. O resto da fatia é da PetroRio.
A Dommo também possui direito a 5% do fluxo de royalties de Tubarão Martelo (com a Prio recebendo o resto) e créditos fiscais relacionados aos vários prejuízos registrados pela empresa ao longo de sua história.
Ou seja: comprar a Dommo faz sentido para a Prio porque complementaria as operações que a companhia já desenvolve em Tubarão Martelo.
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Para os acionistas da Dommo – em particular para a Prisma Capital, dona de 52% da empresa -, a venda também seria um alívio.
Na divulgação de seus resultados do segundo trimestre, a companhia afirmou que “os desafios enfrentados desde 2018, especialmente em relação ao gerenciamento de passivos fiscais e regulatórios de períodos anteriores, não se dissiparam”.
Além disso, a Dommo ressaltou que tem um patrimônio líquido negativo de meio bilhão de reais – ou seja, mesmo se vender tudo o que possui, ainda terá obrigações financeiras a cumprir. Segundo a empresa, isso gera “incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade de continuidade operacional”.