A Petrobras (PETR4) anunciou na noite de quinta-feira (24) o recebimento de R$ 10,3 bilhões, ou US$ 1,9 bilhão, referente à cessão de 5% de sua participação no contrato de partilha de produção do volume excedente para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, para a chinesa CNOOC Petroleum Brasil (CPBL).
Após concluída a transação, a estatal passa a deter 85% de participação no Contrato de Partilha do campo de Búzios, enquanto a CPBL deterá 10% e a CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda (CNODC) 5%.
O que achamos?
A entrada de R$ 10 bilhões vem para reforçar o caixa da Petrobras e deve reduzir o índice de alavancagem – a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) – de 0,75 para 0,71 vez.
Isto é, um incremento no caixa reduz a dívida líquida da empresa, que até o terceiro trimestre era de US$ 47,4 bilhões, e assim aumenta a capacidade da Petrobras de honrar as obrigações.
O fato de a Petrobras, na prática, ter uma dívida líquida menor que o Ebitda permite maior flexibilidade para a empresa utilizar os recursos que vai receber. Além disso, a companhia está em fase de desinvestimento e não tem necessidade de manter o dinheiro no caixa.
Portanto, pode ser que a Petrobras reverta este valor em maiores dividendos para os acionistas. Isso se a mudança de governo não resultar em mudanças significativas na politica de dividendos da companhia.
Como as ações devem reagir?
O movimento deve ser neutro sobre as ações da Petrobras, porém o viés é positivo, uma vez que o caixa da empresa é reforçado.
No entanto, os investidores estão apreensivos com a reestruturação do governo que pode levar a uma possível mudança na política de dividendos da empresa, entre outras alterações.
A incerteza sobre o futuro da empresa pode gerar desconfiança e as ações podem não reagir bem. As ações acumulam queda de 16% no ano.