A Petrobras (PETR4) divulgou seu plano estratégico para os anos de 2023 até 2027 na noite de quarta-feira, e nele, prevê investimentos de US$ 78 bilhões para o período. O montante é 15% maior que o anterior, e segundo a petrolífera, está no mesmo patamar que outros pares do setor.
De acordo com a Petrobras, esse valor sinaliza que os investimentos voltaram ao patamar visto antes da pandemia de Covid-19.
“Os investimentos para o segmento de exploração e produção (E&P) correspondem a 83% do total, seguido pela área de ‘refino, gás e energia’, com 12%, ‘comercialização e logística’ com 2% e 3% no ‘corporativo”, afirma a petrolífera.
O E&P receberá US$ 64 bilhões, sendo 67% deste montante destinado para investimentos no pré-sal. A Petrobras destaca que o planejamento considera a manutenção de “dupla resiliência”, econômica e ambiental, levando em conta cenários de baixos preços de petróleo no longo prazo, com o Brent a US$ 35 por barril, e com aumento da produção com baixo carbono.

A frente de exploração de petróleo e gás vai receber US$ 6 bilhões nos próximos cinco anos, com a metade indo para um projeto chamado “Margem Equatorial”, uma região que se estende do litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque (AP), no extremo Norte do país.
Além dos US$ 78 bilhões anunciados, a empresa alocará US$ 20 bilhões em novas plataformas, o que totalizaria quase US$ 100 bilhões de recursos em projetos.
E os desinvestimentos, ou seja, os ativos que a Petrobras pretende vender, devem estar na faixa de US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões.
Plano da Petrobas pode ser revisto por novo governo
O coordenador-executivo do grupo de trabalho que cuida da área de energia na equipe de transição para o novo governo, Mauricio Tolmasquim, afirmou ao Valor Econômico que existe a possiblidade de revisão do plano divulgado nesta quinta.
Segundo a reportagem, Tolmasquim afirmou que a futura gestão da companhia deverá indicar uma rota em direção à transição energética. “Alguns aspectos vão ser revistos, como a transição energética, de transformar a Petrobras em uma empresa de energia”, disse ao Valor.
Tolmasquim já foi presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e ministro interino de Minas e Energia.