Pesquisa do Fed indica perspectiva “fraca” para economia dos EUA, apesar de expansão em agosto

O Federal Reserve — ou simplesmente Fed, como é conhecido o banco central dos Estados Unidos — publicou na tarde desta quarta-feira (7) o chamado Livro Bege, que nada mais é do que um relatório com conclusões para o cenário econômico a partir de uma pesquisa que a instituição faz com economistas e analistas de mercado.

Segundo o levantamento, que abrange o período de julho até o fim de agosto, a maior economia do mundo mostrou um ligeiro crescimento no mês passado.

No entanto, as perspectivas para 2023 “permaneceram geralmente fracas”. E o motivo é basicamente o aperto monetário que tem sido conduzido pelo próprio Fed, com aumento de juros para tentar conter a inflação.

As taxas de juros nos EUA estão em uma faixa de 2,25% e 2,5% ao ano, com uma última elevação feita em julho, de 0,75 ponto percentual.

O Fed tem aumentando rapidamente os juros desde o início deste ano, para tentar controlar uma alta de preços que, nos 12 meses encerrados em junho, atingiu 9,1% – a maior variação em um ano desde novembro de 1981.

No Livro Bege, o banco central dos EUA disse que a forte aceleração dos preços no início do ano começou a diminuir, mas que a inflação “permaneceu elevada”, em meio a problemas no mercado de trabalho e na cadeia de fornecimento de suprimentos para as indústrias.

“As condições gerais do mercado de trabalho permaneceram apertadas”, disse o banco central dos EUA, que afirmou também que as interrupções na cadeia de suprimentos “continuaram a prejudicar a produção”.

O mercado imobiliário, por sua vez, indicou o Fed, caiu à medida que as taxas de hipoteca dispararam. Segundo o Livro Bege, as empresas mostraram menos demanda por espaço de escritório. E as vendas de automóveis foram “silenciadas”.

Pelo lado positivo, os gastos do consumidor permaneceram estáveis, pois os americanos gastaram mais em lazer e hospitalidade.  Ainda assim, o relatório indicou que as empresas estão mais pessimistas.

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