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Para Stuhlberger, do Verde, Bolsa brasileira é o melhor lugar para se estar

Landau, da Vista, também mostra otimismo com ativos brasileiros, em especial após as eleições

Foto: Divulgação

Os próximos meses serão marcados pelo risco de recessão global e eleições no Brasil, mas independentemente dessas incertezas, Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde e sócio da Verde Asset, e João Landau, sócio e gestor da Vista Capital, são claros em afirmar que a Bolsa brasileira está barata – e que estão aproveitando essa oportunidade.

Para Landau, o Brasil segue sendo visto como destino de investimentos entre os emergentes. A razão é que as demais economias da mesma categoria estão com problemas maiores que o Brasil. Como exemplo, citou a Argentina, China, Índia e Rússia.

“O estrangeiro sabe que um país emergente vai ter algum déficit fiscal e populismo. Eu estou muito animado com os ativos brasileiros”, disse durante palestra na Expert XP.

Essa animação, no entanto, não abrange todos os ativos brasileiros, indicando a preferência pela Bolsa.

“Os ativos domésticos estão muito baratos. Gosto de Bolsa e não gosto do câmbio. Em resumo, o Brasil é atrativo para o gringo. Tem commodities e de certa forma tem democracia. Gosto da Bolsa para o pós-eleição”, afirmou.

Já Stuhlberger foi questionado sobre uma declaração dada em outubro de 2020, quando afirmou que preferia ficar alguns dias preso a ficar aplicado em títulos prefixados.

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O gestor do fundo Verde lembrou que fez a declaração quando a taxa Selic estava em 2% ao ano e que hoje o que não tem coragem é de ficar vendido em dólar, ou seja, esperar pela desvalorização da moeda. Por outro lado, vê como oportunidade a Bolsa, por estar barata.

“A Bolsa é o melhor lugar para se estar”, disse.

Apesar desse otimismo com a Bolsa, Stuhlberger vê com preocupação a possibilidade de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma pequena diferença em relação a Jair Bolsonaro (PL).

“O risco é o Lula ganhar por uma pequena diferença. Não sei como chamar isso. Tenho dado o nome de risco de ´banana republic´ [república das bananas], do Brasil ter esse tipo de crise nas primeiras semanas [após as eleições]. Acho que os mercados não precificaram isso”, disse.

Embora reconheça que risco traz oportunidades, Stuhlberger afirma que como gestor não tem coragem de ficar aplicado em prefixados e vendido em dólar devido a esse cenário.

“Essa parte está toda muito explosiva, quase que diariamente está no noticiário.”

Recessão global

André Jakurski, sócio da JGP Gestão de Recursos, espera uma desaceleração global e inflação nos Estados Unidos em patamares mais elevados que nos últimos 20 anos, quando ficou em pouco menos de 2%. Nesse cenário, só resta ao Fed (Federal Reserve, o banco central americano), elevar os juros.

“Não se consegue desacelerar um processo inflacionário com uma taxa de juros negativa”, diz, afirmando que espera que os juros americanos subam até 3,5% ou 4%.

O gestor lembra que entre o início de Covid, em fevereiro de 2020, e hoje, o juro acumulado nos Estados Unidos é de 0,55%. Já a inflação no período chegou a 14,5%.

Os juros terão que subir para lidar com essa inflação. No entanto, o juro real ficará baixo ou próximo a zero. A razão é que se por um lado o Fed e outros bancos centrais se preocupam com a inflação, existe também o temor de estrangular o mercado de crédito.

 

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