A gestora americana BlackRock, uma das maiores do mundo, prevê um cenário positivo para ações de mercados desenvolvidos em 2022, mas continua com uma visão mais negativa para ações de mercados emergentes.
“A dinâmica de crescimento junto com o ambiente de uma taxa de juros real historicamente baixa devem ser favoráveis para as ações”, afirmou Wei Li, chefe de estratégia de investimento global da BlackRock durante live promovida pela gestora nesta segunda-feira.
O surgimento de novas cepas do coronavírus pode adiar a retomada mais forte da atividade econômica, mas não prejudicá-la.
A BlackRock espera que os banco centrais devem continuar mais tolerantes com a inflação, que deve ficar acima dos níveis pré-pandemia, afirmou Wei Li.
Nesse ambiente, a BlackRock está com maior preferência para os investimentos em ações em relação a títulos de dívida, que devem apresentar retornos baixos.
A BlackRock vê um cenário positivo para os mercados de ações nos Estados Unidos, Europa e Japão, enquanto as crises nos mercados em desenvolvimento e os desafios no combate ao coronavírus tornam o ambiente menos positivo para os mercados de ações desses países. “Não estamos positivos em ações de mercados emergentes. Dado o momento cíclico, não achamos que é o melhor momento agora”, disse Wei Li.
Dada a transição para o mundo de carbono zero, a gestora vê oportunidades no setor de tecnologia ligadas a energia limpa, no segmento de saúde e financeiro, disse Gargi Chaudhuri, chefe da estratégia de investimento do iShares para Américas.
No mercado de bônus, a BlackRock prefere os papéis atrelados à inflação e vê maior potencial de ganho em títulos domésticos nos mercados emergentes.
Apesar de prever maior regulação por parte do governo chinês, a BlackRock ainda mantém um posição pequena acima da média do mercado (overweight) em ações chinesas, que estão ainda com alocação baixa nos portfólios globais.
A gestora espera que o Federal Reserve, banco central americano comece a subir a taxa de juros no ano que vem, enquanto o Banco Central Europeu deve manter a política monetária mais estimulativa dado o quadro de inflação mais baixa na Europa.
Entre os principais riscos, a gestora destaca a possibilidade de uma ação mais exagerada dos bancos centrais na política monetária, o surgimento da nova variante do coronavírus ômicron, que pode atrasar a retomada da economia, e eventos geopolíticos envolvendo, por exemplo, a relação dos Estados Unidos com Ucrânia e China. “Os riscos políticos estão razoavelmente baixos, afirmou Wei Li.