Pão de Açúcar (PCAR3) diz que foco no digital pode ajudar na recuperação das margens; ação cai

Após registrar um prejuízo líquido de R$ 172 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 3 milhões anotado em igual período de 2021, o Pão de Açúcar (PCAR) pretende incrementar seus canais digitais e inaugurar mais lojas para recuperar suas margens nos próximos trimestres.

Diante do resultado ruim no período, as ações da supermercadista estão entre as maiores quedas do Ibovespa, devido a preocupação do mercado sobre os próximos trimestres da companhia. Por volta de 11h40, o papel ordinário do Pão de Açúcar recuava 2,76%, a 15,87.

“Ampliamos nossa base de clientes com programas de desconto e estratégias de fidelidade. Além disso, melhoramos nosso serviço de entrega, com parcerias com o James Delivery para entregar nossos produtos”, explicou o CEO da companhia, Marcelo Pimentel, durante teleconferência de resultados.

No segundo trimestre do ano, o valor bruto das mercadorias da empresa no comércio digital atingiu R$ 407 milhões, um avanço de 11% ante igual intervalo de 2021. Na teleconferência de resultados, os executivos do Pão de Açúcar destacaram que esse avanço no digital foi impulsionado pela multicanalidade das vendas.

Para o futuro, Pimentel destacou o início das vendas feitas pelo Whatsapp em julho e a nova parceria com a BEES, plataforma digital da Ambev que conta com mais de 1 milhão de clientes.

Contudo, não serão só as vendas digitais que podem melhorar as margens da empresa no futuro. Até a metade de julho, a empresa havia convertido 12 lojas de hipermercado, sendo quatro do Pão de Açúcar, seis do Extra e dois do Compre Bem. O plano do grupo é converter 24 lojas até o fim do terceiro trimestre de 2022.

“Estou convencido que, com as alavancagens corretas e com essa estratégia, nossas margens voltarão a patamares que o GPA pode ter”, afirmou o CEO.

No período, a receita líquida da companhia teve uma alta de 9,3% entre o segundo trimestre de 2021 e os mesmos três meses deste ano, para R$ 10,1 bilhões, resultado do foco na melhoria operacional nas operações no Brasil, seguindo a descontinuidade do formato de hipermercados, e do crescimento do Grupo Éxito, braço internacional do Pão de Açúcar. 

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos amortização e depreciação) foi 9% menor no segundo trimestre na comparação anual, atingindo os R$ 706 milhões.

Em relação ao lucro operacional, o Pão de Açúcar afirmou durante a teleconferência que a perspectiva da empresa é de mostrar uma evolução trimestre a trimestre e chegar a 2023 com um avanço de “duplo dígito”.

De acordo com o CEO, apesar de apresentar prejuízo e uma queda no Ebitda, a companhia conta com uma posição de caixa “sólida”. Ao final do trimestre, o Pão de Açúcar possuía R$ 3,9 bilhões em caixa. Contudo, esse valor deve aumentar, pois a empresa possui um saldo de R$ 2,9 bilhões a receber do Assaí pela transação das lojas Extra.