A Oi (OIBR3) divulgou ao mercado novo plano estratégico para os próximos anos após ter saído da recuperação judicial no último mês de 2022.
A companhia espera que seu fluxo de caixa operacional retorne para o campo positivo em 2024, impulsionado pelas operações de internet de fibra óptica.
Para aquele ano, a empresa acredita que o fluxo de caixa operacional – medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) menos investimentos – alcance R$ 276 milhões, Em 2022, esse número deve ficar negativo em R$ 2,4 bilhões.
Essa melhora no fluxo de caixa ocorreria mesmo diante de uma piora na proporção de Ebitda em relação à receita. A chamada margem Ebitda diminuiria de 13,2% neste ano para 10,9% em 2024.
A explicação para isso, segundo a Oi, é o efeito negativo dos investimentos que a empresa é obrigada a fazer por causa de contratos de concessão que terminam em 2025. A partir de 2026, quando este efeito termina, a Oi espera uma margem Ebitda de 20,6%, e um fluxo de caixa operacional de quase R$ 2 bilhões.
A companhia projeta atingir uma receita líquida de R$ 10,3 bilhões em 2022 e de R$ 16 bilhões em 2031. Ao longo deste período, a participação da unidade de fibra ótica na receita gerada deve dobrar, saindo de 40% para 80%.
A Oi espera que esse serviço de fibra encerre 2022 com cerca de 4,4 milhões de casas conectadas. Para 2031, a expectativa é dobrar as residências, para 8,8 milhões. A receita líquida projetada para esse segmento é de R$ 4,1 bilhões agora e R$ 12,8 bilhões em 2031.
Em termos gerais, a empresa pretende reduzir sua alavancagem ao mesmo tempo em que quer aproveitar dessa liquidez para financiar investimentos.
O fim da recuperação judicial da Oi
Depois de mais de seis anos de negociações com credores, a recuperação judicial da operadora de telefonia chegou ao fim no dia 15 de dezembro de 2022. O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretou o fim do processo.
Na decisão, o juiz escreveu que o plano de recuperação judicial da Oi foi o maior da história do país e um dos processos do tipo mais extensos em todo o mundo. “Chega ao fim o mais impactante e relevante processo de recuperação judicial do judiciário brasileiro, e um dos casos mais complexos do mundo jurídico contemporâneo”, afirmou o magistrado no texto.
Resultado da fusão entre a Oi e a Brasil Telecom, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro em junho de 2016. Na época, a companhia devia R$ 65,38 bilhões e as renegociações com os credores para reestruturar os débitos haviam fracassado.
Seis anos depois, a dívida bruta da Oi caiu quase três vezes e somava R$ 21,92 bilhões em setembro deste ano. Em dezembro de 2017, os credores aprovaram o plano de recuperação judicial, que reduziu os passivos em 40% por meio da conversão das dívidas em participação acionária na companhia.
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