A Oi (OIBR3) ainda está analisando se fará um grupamento de ações para evitar que o preço de seus papéis fique abaixo de R$ 1. O grupamento foi demandado pela B3, depois de as ações da Oi passarem mais de dois meses sendo negociadas na casa dos centavos. Por volta das 13h (de Brasília), a ação da Oi caía 2,83%, para R$ 1,03.
As ações da Oi fecharam abaixo de R$ 1 de 11 de novembro do ano passado até 26 de janeiro. e a bolsa pediu que a companhia tomasse providências até 19 de julho para sanar a situação. A solução mais simples seria um grupamento, que transforma duas ou mais ações em um único papel. A Oi, no entanto, resiste em seguir este caminho.
Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa disse que está “em fase final de implementação de algumas etapas fundamentais do seu plano estratégico de transformação”. A expectativa da companhia é que, uma vez vencidas estas etapas, os papéis passem a operar acima de R$ 1.
“Caso a cotação de suas ações não se enquadre de forma consistente em um patamar acima de R$ 1,00 com a evolução da implementação das referidas etapas, [a Oi] pretende propor ao conselho de administração da companhia que, por ocasião da realização da Assembleia Geral Ordinária, a ser realizada em abril de 2022, seja incluído item na ordem do dia para tratar do grupamento de suas ações”.
A Oi está em recuperação judicial desde 2016 e desde lá tenta se reerguer financeiramente. Uma das condições mais importantes para isso é a venda dos ativos da companhia. Na última segunda-feira (31), após um debate que se arrastava há mais de um ano, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou a anuência prévia da venda dos ativos móveis da tele.
O consórcio formado por Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro vivia a expectativa de que sua proposta de R$ 16,5 bilhões pela Oi Móvel fosse aprovada. A notícia foi positiva, embora carregada de asteriscos.
A agência reguladora do setor incluiu alguns itens condicionantes à aprovação do negócio, como:
- Oferta de capacidade para operadoras móveis virtuais (MVNO);
- Plano de ocupação do espectro transferido da Oi;
- Exclusão de cláusulas de fidelidade no caso de migração dos usuários da Oi Móvel.
A operação bilionária ainda precisa da autorização do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A autarquia tem até o dia 15 deste mês para analisar o caso, que pode concentrar ainda mais o mercado nacional de dados móveis nas mãos das três grandes operadoras.
Em novembro, a Superintendência-Geral do Cade apresentou uma recomendação preliminar aprovando a venda dos ativos da Oi, mas sob uma série de condições.
A Oi espera que a venda dos ativos reduza sua dívida e aumente a otimização dos negócios, como prometido no plano de recuperação judicial. O ajuste nas contas da empresa é primordial para que a operação seja sustentável daqui para frente.
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