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Oferta menor de celulose vai impulsionar resultados da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)

Reajustes de preços de papel e celulose compensarão a menor oferta dos produtos, impulsionando os resultados do 2º trimestre

Foto: Shutterstock

Após apresentarem um primeiro trimestre com avanço nos lucros, surfando na alta do dólar e no aumento dos preços do papel e da celulose, a Suzano (SUZB3) e a Klabin (KLBN11) devem registrar bons resultados também no segundo trimestre, com o ingrediente adicional da queda na oferta destas commodities.

Paula Athanassakis, analista de equity da RPS Capital, vê que o segundo trimestre das empresas do setor deve ser marcado por aumentos no volume de produção e nos ganhos com os novos preços da celulose, “principalmente para a China e para a Europa, que possui uma demanda resiliente”, ela avalia.

Nesta terça-feira (31), a Suzano anunciou um aumento de preços da celulose para as regiões da América do Norte e Europa, válidos a partir de junho. No continente americano, o valor do produto aumentará em US$ 60 por tonelada, para US$ 1.580.

No Velho Continente, o novo preço é de US$ 1.350 por tonelada, alta de US$ 50. Antes disso, a Suzano havia elevado em US$ 30 o preço da tonelada da celulose vendida à Ásia, para a faixa de US$ 840 a US$ 850, segundo uma reportagem da Reuters.

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Frederico Nobre, líder da área de Research da Warren, destaca que além da Suzano, a Klabin anunciou um aumento para os preços de venda de junho em US$ 30 na China e US$ 80 na Europa e nos Estados Unidos. “Mesmo com o impacto dos lockdowns recentes para frear a Covid-19 na China, que acabaram prejudicando o lado da demanda, ainda vejo preços muito fortes para a celulose no curto e médio prazo”, destacou Nobre.

Athanassakis, da RPS Capital, ressalta que as empresas tem poder suficiente de mercado para reajustar os preços por causa de fatores que restringiram o fornecimento de celulose – em particular a de fibra curta. Na lista estão a greve de funcionários de papeleiras da Finlândia, o atraso em projetos que aumentariam a oferta potencial do produto, períodos de manutenção em fábricas e dificuldades logísticas.

“Apesar de os lockdowns na China estarem pesando contra a demanda, a restrição no campo da oferta acabou forçando os preços para cima ao longo dos últimos meses”, avalia.

Nobre, da Warren, vê essa oferta apertada de celulose como um fator a impulsionar as empresas, justamente avaliando os reajustes dos preços da matéria-prima.

Rodrigo Barros, co-fundador da Âmago Capital, é outro que também está otimista com o setor nos próximos trimestres. Ele considera que o cenário futuro é bastante construtivo, pois esse novo aumento ainda não teve reflexo nos resultados operacionais.

Como foi o primeiro trimestre das empresas?

No primeiro trimestre deste ano, ambas as empresas apontaram lucro. Enquanto a Klabin mais que dobrou seu lucro líquido no período em comparação com os mesmos meses em 2021 e atingiu R$ 875 milhões, a Suzano teve um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no período e reverteu prejuízo de R$ 2,7 bilhões em igual período do ano passado.

A receita líquida da Klabin aumentou 28% e atingiu R$ 4,42 bilhões na mesma base comparativa, com crescimento em todas as áreas de negócio.

Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado melhorou em 35% no período, somando R$ 1,72 bilhão na mesma base de comparação.

A empresa de celulose atribuiu a alta tanto do Ebitda quanto da receita aos “reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres”, que permitiram compensar o impacto negativo da valorização do real em relação ao dólar nas exportações.

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Depois da divulgação do balanço, o Itaú BBA divulgou um relatório projetando que o segundo trimestre da Klabin também seria igualmente positivo, principalmente na divisão de papéis.

“Esperamos que o ímpeto da divisão de papéis da Klabin continue no segundo trimestre de 2022, favorecido pelo efeito positivo dos recentes aumentos de preços”, destacou o banco. O Itaú BBA também espera uma reverberação de preços de celulose e volumes mais altos e menores custos com paradas para manutenção, que pesaram muito no primeiro trimestre de 2022.

Já a Suzano se beneficiou principalmente do aumento do preço médio líquido da celulose e do papel naquele período. O primeiro teve avanço de 20% no mercado externo, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para US$ 639 por tonelada, enquanto o segundo cresceu 26% no geral, para R$ 5.619 por tonelada.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), por sua vez, teve avanço de 5% no primeiro trimestre, em comparação a igual período do ano passado, para R$ 5,1 bilhões, com uma geração de caixa operacional de R$ 3,9 bilhões, alta de 1%.

Segundo a empresa, os resultados cresceram apesar da apreciação do real no período (que torna o produto menos competitivo no mercado internacional), da continuidade da elevação dos preços das commodities (que afetam custos da companhia) e das paradas programadas de manutenção.

Athanassakis, da RPS Capital, destaca que o custo de caixa, sem considerar paradas, subiu 16% no comparativo direto entre o primeiro trimestre e o último de 2021, e atribui a alta “ao maior preço dos químicos (aumento da soda caustica), aumento do gás natural e da menor diluição de custo fixo”.

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