Novos protestos podem pesar nos mercados, mas foco ainda é na pauta econômica, diz Julius Baer

Apesar de novos protestos violentos e antidemocráticos poderem pesar nos mercados no curto prazo, o foco dos investidores continua sendo nas questões macroeconômicas, aponta o banco suíço Julius Baer em relatório.

No domingo (8), milhares de manifestantes que contestam o resultado da eleição presidencial invadiram o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, em manifestação que lembrou a invasão do Capitólio nos Estados Unidos em 2021.

“Nos últimos meses, desde o resultado da eleição presidencial no final de outubro, surgiram sinais de que a transição do novo governo não seria pacífica”, disse o banco, lembrando os bloqueios de rodovias logo após o segundo turno da eleição presidencial e os vários acampamentos montados em frente a quartéis pelo Brasil pedindo intervenção militar.

Os investidores estrangeiros estavam mais otimistas que investidores locais em relação ao mercado brasileiro, registrando entrada líquida recorde de R$ 119,8 bilhões de recursos no ano passado. Em 2023, contudo, o fluxo de investimentos estrangeiros na Bolsa está negativo em R$ 766,7 milhões até o dia 5 de janeiro.

“Dada a forte cobertura da mídia internacional sobre os tumultos, esperamos que os investidores estrangeiros reduzam um pouco seu otimismo”, destacou o banco.

Contudo, o Julius Baer destaca que o foco dos investidores continua nas questões macroeconômicas, especialmente no novo arcabouço fiscal do Brasil, esperado para os próximos meses.

“Aguardamos mais sinais de que o governo conseguirá acalmar as preocupações fiscais do mercado, o que pode levar as ações brasileiras a ganhar impulso positivo devido a valorizações e dividendos atraentes, perspectiva de ganhos com a reabertura da China e um pico no dólar americano”, destacou o banco em relatório.