Natura (NTCO3) tem prejuízo, mas vê receita e margens melhores na América Latina

A Natura (NTCO3) reportou um prejuízo no terceiro trimestre, motivado pela queda na receita da companhia e por um aumento nas despesas com operações financeiras. A empresa seguiu apresentando bons resultados na América Latina e com a marca Aesop, mas ainda pena para recuperar o desempenho da Avon e da The Body Shop.

O prejuízo da Natura no terceiro trimestre foi de R$ 559,8 milhões, após lucro de R$ 272,9 milhões um ano antes. A receita líquida da companhia caiu 5,7%, para R$ 9 bilhões.

Uma análise mais detalhada, porém, mostra que nem todas as áreas da companhia estão indo mal.

A principal divisão da companhia em termos de receita, a Natura América Latina, viu o faturamento aumentar 4,1% em relação ao terceiro trimestre de 2021, com crescimento também na margem de lucro medida via Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que passou de 9,6% para 11,3%.

No Brasil, em particular, a receita aumentou 19,3% – acima da inflação do período -, como resultado de aumento nas vendas e nos preços e concentração de ofertas em produtos com maior demanda.

Na Aesop, divisão que tem a menor representatividade na receita da Natura, mas que cresce num ritmo mais rápido que as demais, o faturamento aumentou 8,9%, embora a margem Ebitda tenha caído 2,8 pontos porcentuais, para 16,8%.

O declínio nas margens, porém, era esperado em razão dos investimentos feitos nesta área da companhia para melhorar a cadeia de suprimentos e preparar a marca para entrar no mercado chinês.

Vale lembrar que a Natura estuda separar a Aesop do restante da empresa.

A Natura, porém, continuou tendo problemas na Avon, cuja receita encolheu 19,8%, e na The Body Shop, que viu o faturamento cair 29,8%. Além disso, nos dois casos, também houve queda nas margens de lucro.

No caso da Avon, a Natura atribui o mau desempenho aos efeitos da guerra na Ucrânia, que prejudicou as vendas tanto neste país quanto na Rússia e na Europa Ocidental. A companhia, porém, diz que houve melhora nos resultados em relação ao segundo trimestre deste ano, e que isso pode ser um sinal positivo para os próximos meses.

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Na The Body Shop, a avaliação é de que o desempenho da marca vai melhorar conforme os consumidores conseguirem superar a pressão negativa vinda dos altos índices de inflação. Nas lojas físicas, a Natura diz que isso já está começando a ocorrer, visto que as vendas nestes locais cresceram 7,7% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, mas na loja virtual essa tendência ainda não apareceu.