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Natura (NTCO3): prejuízo quadriplica no trimestre por custo, inflação e vendas menores

Ambiente global desafiador e forte base de comparação afetaram os indicadores no período

Natura (NTCO3). Foto: Divulgação

No primeiro trimestre de 2022, a Natura viu seu prejuízo mais que quadruplicar em relação ao mesmo período em 2021. Segundo o balanço divulgado na noite de quinta-feira (5), o prejuízo líquido somou R$ 643,1 milhões no período, valor 314% maior que a perda de R$ 155,2 milhões registradas nos três primeiros meses do ano passado.

Enquanto isso, a receita líquida atingiu R$ 8,25 bilhões de janeiro a março de 2022, uma queda de 12,7% ante os R$ 9,45 bilhões de igual período anterior. Segundo a Natura, um ambiente global desafiador e uma forte base de comparação – o primeiro trimestre de 2021 -, fizeram os indicadores recuarem.

O Ebitda (o lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) somou R$ 515,7 milhões, o que representou um recuo de 37,8% na mesma base comparativa. A margem Ebitda, por sua vez, foi de 7,2%, uma queda de 300 pontos-base em relação aos 10,2% registrados no primeiro trimestre de 2021.

A empresa atribuiu a queda do Ebitda a pressões de custo, inflação e desalavancagem de vendas da Avon na América Latina e na The Body Shop. “ A Avon foi impactada pela sua transformação ainda em andamento, incluindo a otimização intencional do portfólio, principalmente em Moda & Casa”, comentou a empresa.

Já no caso da The Body Shop, a subsidiária foi impactada pela “ausência de auxílio relacionado à pandemia que aumentou o Ebitda no ano passado, pelo mix de canais e pela desalavancagem de vendas nos principais mercados”, afirmou a empresa.

Os resultados de receita e de margem Ebitda vieram em linha com as prévias que a Natura divulgou em 21 de abril, dia em que as ações da empresa despencaram mais de 15% na Bolsa brasileira após um suposto vazamento dos dados para analistas de mercado.

Guerra na Ucrânia

Além das pressões inflacionárias, a Natura informou que a Avon sofreu com a guerra na Ucrânia, uma vez que a empresa atua no mercado do Leste Europeu, principalmente na Rússia.

“As receitas provenientes desses dois mercados representaram cerca de 5% da receita consolidada de 2021, incluindo as operações da The Body Shop por meio de seus franqueados, enquanto a contribuição para o Ebitda foi de aproximadamente 3%”, destacou a companhia.

A The Body Shop e a Aesop, outra marca da empresa, suspenderam a comercialização na Rússia. A Avon interrompeu também as exportações para Rússia e está mantendo operações locais em apoio às representantes que atuam como empreendedoras independentes.

“Acreditamos que restringir seu acesso a produtos teria um impacto desproporcional nas mulheres e crianças. A fábrica da Polônia está agora atendendo mercados anteriormente fornecidos pela Rússia”, finalizou a companhia. Apesar disso, a Natura não vê grandes impactos dessas interrupções nos resultados totais consolidados.

A receita líquida da Avon International, subsidiária da empresa que atua fora do Brasil, diminuiu 22,1% em reais, chegando a R$ 1,84 bilhão. Sem entrar em detalhes nos números por países em que atua, a Natura atribuiu o recuo ao impacto da guerra, uma menor renda disponível na Europa dado o aumento da inflação e a um menor número de representantes por lá.

Fonte: Natura
Fonte: Natura

Alteração no guidance

Além dos resultados refrentes ao primeiro trimestre, a empresa também divulgou uma alteração nas suas projeções de algumas metas para os próximos anos.

Agora, a companhia pretende atingir a meta de receita líquida consolidada de R$ 47 bilhões a R$ 49 bilhões e a meta de dívida líquida/Ebitda de menos de 1x em 2024. Anteriormente, a Natura esperava atingir os números em 2023.

A empresa vê um cenário macroeconômico e geopolítico global volátil, marcado por avanço da inflação, interrupções na cadeia de suprimentos, volatilidade cambial e guerra na Ucrânia impactando gastos e demanda.”Apesar dessa volatilidade, reafirmamos nosso guidance de margem Ebitda para 2024 de 14% a 16%”, acrescentou a companhia.

A empresa também reiterou que essas projeções pressupõe taxas de câmbio em R$ 5 por dólar, além de um crescimento global de um dígito de 2022 até 2024, podendo afetar as perspectivas caso algo não ocorra como o esperado.

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