O conselho de administração da Natura (NTCO3) aprovou a emissão de R$ 1,05 bilhão em debêntures. Os papéis serão vendidos para a Virgo Companhia de Securitização, que vai transformá-los em certificados de recebíveis imobiliários.
As debêntures terão vencimento entre cinco e dez anos e serão divididas em três grupos distintos – um com remuneração vinculada à taxa de CDI (Certificados de Depósito Interfinanceiro) e dois com juros relacionados à variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Os recursos que a Natura vai captar na operação serão usados para o pagamento de aluguéis.
Os dados financeiros mais recentes da Natura apontam que a companhia terminou o segundo trimestre queimando caixa e com um lucro operacional menor – o que aumentou a proporção da dívida em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
No entanto, a empresa tem aproveitado o que considera ser uma posição confortável de endividamento para levantar recursos no mercado de capitais. Em julho, a companhia vendeu R$826 milhões em debêntures da Natura, e agora lançou uma nova operação.
Na teleconferência dos resultados do segundo trimestre, o diretor financeiro da companhia, Guilherme Castellan, ressaltou que ao fim de junho a empresa possuía R$ 4,3 bilhões em caixa, e que este volume de recursos era mais que suficiente para cobrir o pagamento das dívidas até 2027.
“A maturidade média dessa dívida é 6,3 anos e nós encontramos pagamentos de dívidas limitados até 2028.
Perceba que isso não inclui a emissão de julho de 2022 de R$ 826 milhões em debêntures com vencimento em 2027. Essas debêntures parcialmente substituíram as emissões de 20222 e 20224, aumentando o vencimento médio das
dívidas para 6,5 anos como parte de nossa responsabilidade de gestão continuada”, disse ele a analistas.