Movida (MOVI3) vê salto na receita, mas lucro encolhe para R$ 17,8 milhões, abaixo do esperado

Apesar de ver a receita crescer ao longo do último trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a Movida (MOVI3) desapontou a maior parte do mercado ao registrar queda de 93,6% do seu lucro líquido, totalizando R$ 17,8 milhões.

Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (6), após o fechamento do mercado, as despesas financeiras da companhia de aluguel de carros foram impactadas negativamente pela elevação das taxas de juros ao longo do ano.

No quarto trimestre de 2022, a despesa com juros totalizou R$ 519 milhões, alta de 71,9% ante o mesmo período de 2021. Na variação do consolidado anual, o montante ficou em R$ 1,70 bilhão ante R$ 486,9 milhões no ano anterior. 

No acumulado de 2022, a Movidas reportou um lucro líquido de R$ 556,4 milhões, queda de 32,1% ante a soma do ano anterior. 

O valor do quarto trimestre veio abaixo da maior parte das análises consultadas pela Agência TradeMap. O Santander estimava um lucro líquido de R$ 84 milhões, enquanto a XP projetava R$ 32 milhões. Já o BTG Pactual errou para menos, ao esperar um resultado de R$ 11 milhões.

A receita líquida da empresa cresceu 55,7% no último trimestre do ano passado ante igual período do ano anterior, totalizando R$ 2,7 bilhões. A venda de ativos representou a maior parte do montante, com alta de 73,6%, para R$ 1,4 bilhão, enquanto a receita da divisão de locação subiu 40,2%, para R$ 1,3 bilhão.

Em todo o ano passado, a receita líquida subiu 80%, totalizando R$ 9,60 bilhões. 

O desempenho da receita entre outubro e dezembro de 2022 veio em linha com o esperado pela XP, de R$ 2,7 bilhões. Já o BTG Pactual projetava um pouco menos, com total de R$ 2,5 bilhões. 

O faturamento ajudou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Movida a crescer 10,5% em um ano, fechando o trimestre com R$ 858,2 milhões. Por outro lado, a margem Ebitda caiu 12,9 pontos percentuais, para 31,7%.

O indicador também ficou aquém do projetado pelo mercado. O Santander estimava um Ebitda de R$ 996 milhões, enquanto XP e BTG Pactual projetavam R$ 915 milhões e 930 milhões, respectivamente.