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Meta do Carrefour (CRFB3) com Grupo Big é factível, diz Goldman, que recomenda compra da ação

Na visão do banco, papel da varejista de alimentos pode ter valorização de 45%

Foto: Shutterstock

Incorporando as potenciais sinergias da compra do Grupo Big, finalizada no mês passado, o Goldman Sachs retomou a cobertura das ações do Carrefour (CRFB3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 24,4 – o que corresponde a alta de 45% em relação ao valor do papel do fechamento desta quarta-feira (6), de R$ 16,84.

Na visão dos analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, a meta da administração do Grupo Carrefour de que a transação traga R$ 2 bilhões em sinergias até 2025 é factível.

Por meio da conversão de 124 lojas até o final de 2023, o Carrefour espera ser capaz de aumentar em 85% a produtividade das lojas adquiridas até 2025 – e seguir expandindo a partir daí.

Esse ganho de produtividade, na expectativa do Goldman Sachs, deve ser facilitado pela força das marcas Atacadão e Carrefour; pela implementação do modelo de negócios eficiente do Atacadão nas lojas novas; por vantagens de escala, que permitem preços mais competitivos; pela ampliação da oferta de produtos; e pela oferta de serviços financeiros.

Além da melhora de produtividade, os analistas citam, como outras fontes de sinergia, a oferta de produtos do Banco Carrefour para uma base de clientes maior; a expansão das operações da marca Sam’s Club; melhores condições comerciais com fornecedores; a reestruturação da rede de centros de distribuição; e a otimização de custos e despesas.

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A estimativa da companhia é que de 10% a 15% das sinergias sejam capturadas ainda neste ano, entre 30% e 40% em 2023, e de 60% a 80% em 2024, chegando a 100% em 2025.

Vale ressaltar, segundo o banco, que a integração e a conversão de lojas do Big criam um desafio de execução significativo para a companhia. No entanto, a percepção dos analistas é que o histórico do Carrefour, com a integração de lojas do grupo Makro, assim como seu foco em execução e experiência do consumidor, inspira confiança.

Antes mesmo da aquisição do Big, o Carrefour já ocupava o posto de maior varejista de alimentos do Brasil, diz o Goldman, com mais de 900 lojas divididas em diferentes bandeiras e formatos e uma participação de mercado de 17,7%.

Além disso, ressaltam os analistas, a forte presença do Carrefour no segmento de atacarejo, que corresponde a cerca de 72% das vendas do grupo, joga a seu favor, uma vez que o formato oferece boas oportunidades estruturais e cíclicas. Na estimativa do Goldman, o atacarejo deverá corresponder a cerca de 50% do varejo de alimentos até o fim de 2025, contra 39% em 2021.

O segmento também é mais defensivo em um cenário macroeconômico desafiador como o atual, com aceleração da inflação e deterioração do poder de compra do consumidor. Nessa frente, inclusive, o banco destaca que, se aprovada, a ampliação do Auxílio Brasil deve impulsionar a demanda.

Por fim, os analistas ressaltam que a ação está barata e, consequentemente, não está precificando corretamente o crescimento projetado para o grupo. Entre os anos de 2022 e 2024, o Goldman projeta um crescimento médio de 22% na receita líquida, de 18% no Ebitda e de 23% no lucro líquido.

Uma ressalva, porém, é que o Ebitda ajustado e a margem Ebitda podem sofrer pressões significativas no curto prazo, devido às margens mais baixas do Big e ao impacto negativo dos períodos de fechamento para a conversão de lojas.

Na ponta oposta, as maiores ameaças que a companhia enfrenta, segundo o Goldman, são dificuldades na integração e conversão das lojas adquiridas; intensificação da concorrência com o Assaí (ASAI3); pressões inflacionárias; pressões de margem devido à digitalização; e desaceleração no consumo, dificultando o repasse de custos.

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