O Mercado Livre (MELI34) informou na segunda-feira (5) que abriu um processo contra a Apple (AAPL34), junto ao Conselho Administrativo de Defesa (Cade) e a Comissão Federal de Concorrência (Cofece), no México, por práticas anticompetitivas.
A companhia latino-americana denunciou a Apple no Brasil e no México por abusar do seu monopólio na distribuição de aplicativos para o sistema operacional da marca.
Segundo comunicado do Mercado Livre, a Apple tem imposto diversas restrições na distribuição de bens digitais e compras in-app, chegando ao ponto de banir apps que distribuem bens digitais e serviços de terceiros.
Além disso, a empresa obriga desenvolvedores que atuam na plataforma da marca a utilizarem somente o processador de pagamentos próprio da Apple, que no caso, impede o redirecionamento a links externos para pagamentos.
O que achamos?
A atitude do Mercado Livre vai ao encontro do equilíbrio da competitividade do segmento, uma vez que a Apple é uma das maiores plataformas de vendas do mundo.
As restrições impostas impedem maior alcance das concorrentes, limitando assim o crescimento dos negócios.
Além disso, a restrição na oferta de alguns serviços e bens digitais eleva custos, uma vez que as vendas são menores e o custo se mantém o mesmo.
Por ser uma das maiores do mercado, a Apple por meio do App Store consegue controlar e limitar o crescimento das concorrentes, o que traz exclusividade para a marca e impede maior competitividade no segmento.
Como as ações devem reagir?
Para os investidores não deve surtir efeito esta denúncia, uma vez que ela não muda as operações no curto prazo.
A continuidade desse processo e uma potencial vitória do Mercado Livre, porém, pode impulsionar as ações da empresa latino-americana, enquanto a Apple pode sofrer com a perda de exclusividade.
As ações do Mercado Livre negociadas no brasil tem queda de 34% no ano e a BDR da Apple perde 25,5%.