O mercado global sinaliza dia misto nesta quarta-feira, 8, com os investidores mais otimistas de que a nova variante do coronavírus, a Ômicron, seja menos perigosa do que o previsto inicialmente, apesar de ser mais contagiosa. No entanto, ainda tudo é muito incerto. Hoje, os estudos no laboratório de Durban (África do Sul) mostraram que a vacina da Pfizer oferece proteção, mas que os imunizantes precisam ser alterados para terem uma defesa completa.
Na Europa, as bolsas operam próximas da estabilidade, enquanto os futuros americanos apresentam leve alta, com o alívio nas tensões com a nova cepa. Além disso, a Câmara americana aprovou um projeto de lei que poderá abrir caminho para um possível aumento no teto da dívida dos Estados Unidos.
O mercado deverá acompanhar mais indicadores que possam sinalizar a direção que os bancos centrais irão tomar com o início da retirada dos estímulos e o começo da elevação das taxas de juros.
Enquanto isso, as bolsas asiáticas fecharam em alta, ainda refletindo o corte nas taxas do compulsório bancário como medida para tentar conter a crescente dívida do setor imobiliário.
Algumas incorporadoras mostram dificuldades em honrar as suas dívidas, como no caso da China Evergrande Group, que perdeu o prazo de pagamento, colocando a empresa a caminho de se tornar o maior inadimplente da China.
Na agenda externa, saem os dados, às 12h, sobre a criação de empregos nos EUA em outubro e, às 12h30, sobre os estoques de petróleo e derivados no país. Às 22h30, está prevista a publicação do índice de preços ao consumidor da China referente a novembro.
Quanto às commodities, o preço do barril do petróleo tem leve alta, diante da sensação de que o impacto da Ômicron será reduzido sobre a atividade e o consumo das commodities. O preço do minério de ferro também apresenta alta, ainda refletindo o avanço da balança comercial chinesa.
No Brasil, os investidores ainda aguardam pela votação da PEC dos precatórios na Câmara dos Deputados, após aprovação no Senado. Mesmo diante das críticas ao projeto e de dúvidas a respeito de como será aprovado, o ponto favorável e que trará recuperação para o Ibovespa é uma maior clareza do lado fiscal no ano que vem.
O principal evento desta quarta-feira será a decisão do Copom. A probabilidade maior é de que o avanço seja de 1,5 ponto porcentual, passando a Selic dos 7,75% para 9,25% ao ano, conforme já havia sido sinalizado pelo próprio comitê em outubro.
Ainda na agenda, teremos a divulgação, às 9h, de dados sobre as vendas do setor varejista em outubro, com previsão de um crescimento morno, reforçando ainda mais um Banco Central cauteloso com o aumento na taxa de juros.