As bolsas globais retornam a aversão ao risco com as incertezas sobre a nova cepa do coronavírus, a Ômicron, além das preocupações com os níveis elevados de inflação no mundo.
O maior estresse vem pelo receio de que a nova variante possa enfraquecer as economias, mantendo a escassez de produtos e elevando ainda mais a inflação.
Na Ásia, as bolsas fecharam esta terça-feira, 30, em queda. Seguindo o mesmo caminho, os mercados europeus e os futuros americanos também operam no campo negativo.
Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, comentou que a Ômicron representa um risco para a economia, podendo prejudicar o emprego e elevar os preços dos produtos. No dia 15 de dezembro, a autarquia terá que decidir sobre a sua política monetária.
Outro fator que aumentou a aversão ao risco foi a fala do CEO da Moderna, Stéphane Bancel, que disse ao jornal Financial Times que a nova cepa ainda precisa ser avaliada e que pode ser que as vacinas existentes devem ser menos eficazes no combate à nova variante, o que pode levar algum tempo até que encontre vacinas específicas disponíveis em larga escala.
O discurso ocorreu um dia após a empresa ter comentado que poderia, no curto prazo, encontrar uma vacina eficaz contra a Ômicron.
Na zona do euro foram divulgados a prévia da inflação (CPI, na sigla em inglês) para o mês de novembro, que saiu de 4,1% para 4,9%. O resultado veio acima da projeção do mercado.
Em relação às commodities, o preço do barril do petróleo segue em queda, com as preocupações de menor demanda, além dos Estados Unidos confirmarem que irão liberar os seus estoques para tentar segurar o preço. Já o minério de ferro apresenta alta.
No Brasil, as atenções do último dia de novembro ficam para a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O formato final do texto definirá em quanto o governo federal conseguirá aumentar os gastos no ano que vem. Na agenda econômica, ainda teremos a divulgação dos dados sobre a taxa de desemprego em setembro, às 9h, do resultado das contas públicas em outubro, às 9h30, e dos números sobre a criação de empregos formais no país, também de outubro, às 15h30.