O ciclo de notícias negativas para o setor de turismo parece não ter fim. Depois de um período de maior alívio com o avanço da vacinação e de sinalizações mais otimistas relacionadas à volta de uma normalidade da atividade global, as preocupações com a disparada de casos em função da nova variante Ômicron têm acertado em cheio as empresas de cruzeiros. E a companhia que mais sofre nesse cenário é a CVC (CVCB3).
Por volta das 17h15, a ação caía 6,99%, a R$ 11,97, e estava entre as maiores quedas do Ibovespa. Na segunda-feira, o papel já havia caído 4,10%.
De acordo com a Anvisa, cinco navios de cruzeiro que operam no Brasil registraram 798 casos de Covid-19 em apenas nove dias, o que fez com que a agência ressaltasse a importância da suspensão provisória da operação destas embarcações, recomendada na semana passada.
Com isso, na segunda-feira, dia 3, a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) divulgou a paralisação da operação das companhias no Brasil até o dia 21.
“Isso sem dúvida acaba afetando muito a CVC, pois põe um belo ponto de interrogação sobre como será a disseminação da Ômicron por aqui”, ressalta Enrico Cozzolino, analista da Levante Investimentos.
Para além disso, diz o analista, pesa o fato de a CVC ser uma empresa com dívida elevada e de ter reportado resultados trimestrais que pintam um cenário desafiador. Soma-se ainda o ambiente macroeconômico, com aumento na inflação e na taxa básica de juros, e com impacto direto sobre crédito e poder de compra, especialmente na área de lazer/turismo.
As aéreas locais também têm um dia de baixa, diante da sequência de alta nos preços do petróleo. As ações da Azul (AZUL4) caíam queda de 0,90%, a R$ 24,20, enquanto as da Gol (GOLL4) recuavam 2,63%, a R$ 16,30.