Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

Fonte: Shutterstock/casa.da.photo

A semana de 21 a 26 de dezembro foi marcada por liquidez reduzida nos mercados, em função do feriado de Natal nos dias 24 e 25. Tradicionalmente, o período registra menor volume de negociações e movimentação mais contida dos ativos, o que limitou oscilações mais expressivas ao longo dos pregões. 

No campo econômico, os investidores repercutiram a divulgação do IPCA-15 de dezembro, que avançou 0,25%, ficando 0,05 ponto percentual acima da leitura de novembro, quando havia subido 0,20%. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,30%, reforçando a percepção de desaceleração gradual da inflação no curto prazo. 

Nos Estados Unidos, o destaque ficou para o crescimento do Produto Interno Bruto real no terceiro trimestre de 2025, que avançou a uma taxa anualizada de 4,3%, segundo estimativa inicial do Departamento de Análise Econômica. O resultado superou as projeções do mercado, de 3,3%, e acelerou em relação ao crescimento de 3,8% observado no trimestre anterior. 

No cenário político doméstico, ganhou atenção a leitura de uma carta do ex-presidente Jair Bolsonaro, feita pelo senador Flávio Bolsonaro. No documento, datado de 23 de dezembro, Bolsonaro confirma a pré-candidatura do filho à Presidência da República em 2026, adicionando um novo elemento ao ambiente político monitorado pelos investidores. 

Maiores altas 

 

A Marcopolo (POMO4) liderou as altas da semana, com valorização de 8,74%, após a aprovação de um aumento de capital de R$ 705,75 milhões com bonificação em ações. A companhia informou que emitirá 113,7 milhões de novas ações, sendo 40,9 milhões ordinárias e 72,7 milhões preferenciais, na proporção de uma nova ação para cada dez detidas. O custo unitário das ações bonificadas foi fixado em R$ 6,21. 

A Prio (PRIO3) subiu 6,25%, após informar o aumento da participação da FMR LLC para 5,144% do capital da companhia. Além disso, o Conselho de Administração aprovou um novo programa de recompra de ações de até 10% do capital social, além do cancelamento de papéis mantidos em tesouraria. 

O Santander (SANB11) avançou 6,06% na semana, após o Conselho de Administração aprovar a distribuição de R$ 620 milhões em Juros sobre o Capital Próprio. Os proventos equivalem a R$ 0,0791 por ação ordinária, R$ 0,0870 por ação preferencial e R$ 0,1661 por unit, com data base em 2 de janeiro de 2026 e negociação ex direitos a partir de 5 de janeiro. 

A Azzas 2154 (AZZA3) teve alta de 5,36% na semana, após anunciar o pagamento de R$ 320 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 1,58 por ação ordinária. O pagamento será realizado em parcela única ainda em 2025 e será imputado ao dividendo mínimo obrigatório do exercício social. 

A CPFL Energia (CPFE3) avançou 4,15%, após divulgar lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre de 2025, acima das estimativas do mercado. A companhia também reforçou sua política de remuneração ao acionista, com distribuição recente de cerca de R$ 700 milhões em dividendos, além de apresentar um plano de investimentos para o período de 2025 a 2029. 

Maiores baixas 

O GPA (PCAR3) liderou as quedas da semana, com recuo de 4,76%. O movimento ocorreu após a Justiça negar pedidos do Assaí relacionados à apresentação de garantias sobre contingências tributárias anteriores à cisão das empresas. Além disso, o mercado acompanhou informações sobre negociações para a venda da participação do GPA na financeira FIC, embora ainda não haja acordo vinculante. 

A Totvs (TOTS3) recuou 2,46%, após anunciar a aquisição da TBDC Desenvolvimento de Software por R$ 80 milhões, com pagamento adicional condicionado ao desempenho futuro do negócio. A empresa atua no desenvolvimento de soluções digitais para o agronegócio e projeta receita recorrente anualizada de aproximadamente R$ 24 milhões em 2025. 

A TIM (TIMS3) recuou 1,96% na semana, apesar de o Conselho de Administração ter aprovado a aquisição de 100% da V8 Consulting S.A. por R$ 140 milhões. Também esteve no radar a aprovação da distribuição de R$ 2,21 bilhões em proventos como antecipação da remuneração aos acionistas de 2025. 

As ações da MRV Engenharia e Participações (MRVE3) caíram 1,54%, após a gestora NAVI reduzir sua participação acionária para 4,88% do capital total da companhia, abaixo do patamar de 5%, conforme comunicado ao mercado. 

A CSN (CSNA3) registrou queda de 1,29%, após a CSN Mineração anunciar a compra de até 11,17% da MRS Logística por até R$ 3,35 bilhões, em operação envolvendo a controladora. 

O desempenho do Ibovespa na semana refletiu um ambiente de negociações mais contido, influenciado pela menor liquidez típica do período de fim de ano e pela repercussão de dados macroeconômicos relevantes no Brasil e no exterior. Em meio a esse cenário, o mercado seguiu atento aos desdobramentos políticos e corporativos, com movimentos pontuais impulsionados por anúncios de resultados, proventos e decisões estratégicas das empresas, enquanto a cautela permaneceu predominante nas decisões dos investidores. 

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