Maiores altas e baixas do Ibovespa na semana

Fonte: Shutterstock/casa.da.photo

A semana entre 14 e 19 de setembro foi marcada por acontecimentos econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto no cenário internacional, que ajudaram a direcionar o humor dos mercados. 

  

No Brasil, o IBC-Br, considerado a prévia do PIB, registrou retração de 0,50% em julho frente a junho, na série dessazonalizada. O resultado veio pior do que o esperado pelo mercado, que projetava queda de 0,20%, e marcou o terceiro mês consecutivo de retração da atividade. Já a taxa de desemprego recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor nível desde o início da série histórica em 2012, ficando levemente abaixo das expectativas (5,7%). 

  

A chamada “super quarta” concentrou atenções. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15,00% ao ano, maior patamar desde 2006. Foi a segunda reunião consecutiva sem alterações, reforçando a sinalização de que a política monetária seguirá em nível contracionista por período prolongado, até que a queda recente da inflação se consolide. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve anunciou o primeiro corte em nove meses, reduzindo os juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4% e 4,25%. A decisão refletiu sinais de moderação da atividade econômica, com arrefecimento no ritmo de criação de empregos, leve avanço do desemprego e inflação ainda elevada. 

  

Após uma semana marcada por indicadores econômicos relevantes no Brasil e no exterior, o Ibovespa refletiu a volatilidade do período com movimentos expressivos entre as principais ações da bolsa. Enquanto alguns papéis acumularam ganhos robustos, outros sentiram o peso de revisões negativas e incertezas setoriais. 

  

Maiores altas 


A Magazine Luiza (MGLU3) liderou as valorizações, com salto 12,79%, impulsionada pela expectativa de cortes nos juros em 2025. A desaceleração da atividade econômica apontada pelo IBC-Br reforçou apostas de que o ciclo de afrouxamento pode estar próximo, beneficiando empresas do varejo, mais sensíveis ao crédito e ao consumo. 

  

Na sequência, Natura (NATU3) avançou com 12,57%, após anunciar acordo vinculante para a venda de sua subsidiária integral Natura &Co UK Holdings, que controla os negócios da Avon Internacional. A operação foi fechada pelo valor simbólico de uma libra, mas prevê potenciais pagamentos adicionais de até 60 milhões de libras, condicionados a resultados futuros e eventos de liquidez. 

  

A Eletrobras também figurou entre os destaques, com ganhos de 9,18% (ELET3) e 9,15% (ELET6). O movimento acompanhou a revisão positiva do Itaú BBA, que elevou o preço-alvo para R$ 63,30 ao fim de 2026 e manteve recomendação de compra. Apesar de enfrentar ações judiciais ligadas a problemas ambientais na Usina Hidrelétrica de Colíder, os papéis mantiveram trajetória firme de valorização. 


A Cogna (COGN3) registrou alta de 8,22%, após anunciar oferta de aquisição das ações da subsidiária Vasta, listada na Nasdaq. A empresa de educação já detém 97,6% do capital da controlada e está oferecendo US$ 5 por papel em circulação, numa operação estimada em US$ 79,85 milhões. O prazo para conclusão da oferta vai até 15 de outubro. 

Maiores baixas 


Na ponta oposta, a Braskem (BRKM5) recuou 4,71% após ter seu rating rebaixado pela S&P Global de “BB-” para “B+”, com perspectiva negativa. O corte acendeu alertas sobre a capacidade de pagamento da petroquímica e deve encarecer seu acesso ao crédito. 


A Marfrig (MRFG3) caiu 3,69%, pressionada pelo cenário de juros elevados, que aumenta preocupações sobre seu endividamento e dividendos. O mercado também segue cauteloso com a fusão com a BRF (BRFS3), que pode gerar sinergias relevantes, mas traz incertezas sobre integração e impactos financeiros. 


A Vibra (VBBR3) caiu 3,10%, pressionada pelo aumento do endividamento após a aquisição da Comerc e por perspectivas de dividendos menores, em meio a resultados trimestrais mais fracos. 


O Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 3,09%. Apesar das projeções positivas para o agronegócio, a carteira de crédito rural segue pressionada pela inadimplência, sobretudo nas cadeias de soja e milho. Analistas também destacam que o banco sofre com o ambiente de juros elevados. A XP reduziu o preço-alvo da ação de R$ 32 para R$ 25, reforçando o cenário desafiador. 

  

Os resultados da semana mostram um mercado guiado por expectativas macroeconômicas e decisões de política monetária, mas também por fatores específicos de cada companhia. Enquanto Magazine Luiza, Natura, Eletrobras e Cogna surfaram em notícias corporativas positivas, Braskem, Marfrig, Vibra e Banco do Brasil enfrentaram pressões ligadas a riscos setoriais e financeiros. O saldo evidencia que, em um cenário de incertezas, a seletividade permanece como palavra-chave para os investidores. 


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