Lucro das empresas da Bolsa cai no 2º trimestre, exceto em quatro setores – veja quais

Setor de alimentos processados, bebidas e serviços financeiros e aluguel de carros viram lucro crescer

Foto: João Tessari/TradeMap

O lucro acumulado das empresas de capital aberto registrou queda de 44,5% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2021, ao passar de R$ 66,4 bilhões para R$ 36,9 bilhões. É o que mostra um levantamento feito pelo TradeMap com base em valores sem ajustes extraordinários ou correção pela inflação.  

Os números também desconsideram os resultados da Petrobras, Vale, Braskem e Suzano, que registaram lucros historicamente elevados e poderiam distorcer a análise. Levando essas empresas em conta, o lucro acumulado das empresas da Bolsa chegou a R$ 120 bilhões no segundo trimestre, valor 28,1% menor que o do mesmo período de 2021. 

Os dados mostram que apenas quatro setores conseguiram aumentar seus lucros na mesma base de comparação: alimentos processados, bebidas, serviços financeiros e aluguel de carros. O segmento de viagens e lazer reduziu o tamanho dos prejuízos, mas continuou no vermelho, com perdas de R$ 142,4 milhões no segundo trimestre.

O setor que mais lucrou no período foi o de energia elétrica. Somadas, as 40 companhias desse segmento na Bolsa tiveram lucro líquido de R$ 8,91 bilhões. O resultado, ainda assim, ficou abaixo dos R$ 13,6 bilhões do segundo trimestre de 2021.

Do lado negativo, chamou atenção no levantamento a queda de 61,6% do lucro das oito empresas de siderurgia e metalurgia, assim como a virada de lucro para prejuízo das seis companhias de serviços educacionais.

Veja os destaques do levantamento:

Receitas das empresas da B3 subiram

As receitas líquidas das empresas da amostra atingiram R$ 782,5 bilhões no segundo trimestre, alta de 24,2% na comparação anual. Parte desse avanço foi acompanhado de um aumento de 29,3% do custo de produtos vendidos (CPV) na mesma base comparativa.

O levantamento ainda revelou que a despesa financeira das empresas consideradas aumentou 151,6% no segundo trimestre de 2022, para R$ 76,6 bilhões, em meio à pressão imposta pela valorização do dólar em relação ao real, com efeito sobre dívidas em moeda estrangeira. 

A dívida líquida das companhias, por sua vez, cresceu 42,5%, enquanto o caixa ficou praticamente estável, ao avançar apenas 1,8% na comparação anual.

Sobre o levantamento

O levantamento do TradeMap considerou 321 empresas com ações listadas na B3 com demonstrações financeiras disponíveis no segundo trimestre de 2021 e de 2022.  

Empresas que abriram capital na B3 no ano de 2021, com balanços do segundo trimestre disponíveis na CVM, também fizeram parte da amostra. 

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