Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Jogo virou? Petróleo cai após vários dias de alta e arrasta ações do setor

Commodity recua das recentes altas após porta-vozes russos e ucranianos defenderem saídas pacíficas para o conflito

Foto: Shutterstock

Notícias recentes envolvendo a guerra na Ucrânia indicando que o país e a Rússia podem estar próximos de uma solução diplomática para a guerra fizeram os preços do petróleo e de outras commodities cair, o que empurra para baixo as ações de petrolíferas e de outras produtoras de matérias-primas na B3.

Primeiro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o país pode desistir de uma possível adesão à aliança militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A intenção do governo da Ucrânia de entrar na organização foi um dos motivos alegados pela Rússia para invadir o país.

Depois, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a nação busca uma saída pacífica da guerra por meio de negociações, e negou qualquer intenção de derrubar o governo ucraniano.

Às 12h (de Brasília), os contratos futuros do petróleo tipo Brent – a referência internacional para o preço da commodity – caíam 5,2%, para US$ 121,31 na ICE. No domingo (6), o preço do petróleo tipo Brent alcançou US$ 138 por barril no mercado futuro, o maior valor para a commodity desde 2008.

Fonte: ICE
Performance dos contratos futuros do Brent caem desde a noite de terça-feira. Fonte: ICE

Os preços do petróleo estão subindo nas últimas semanas como reflexo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Os russos são grandes produtores e exportadores de petróleo, e desde que invadiram o país vizinho têm sofrido pesadas sanções econômicas da Europa, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

O receio do mercado era de que eventualmente estas sanções se transformassem num embargo ao petróleo da Rússia. Na terça-feira (8), parte deste temor virou realidade quando os EUA e o Reino Unido anunciaram que deixariam de comprar o produto russo. Os europeus no entanto, não embarcaram no embargo. Isso evitou uma escalada mais rápida nos preços, pois a Europa é um dos grandes compradores do petróleo da Rússia.

Em relatório publicado nesta quarta-feira (9), o UBS estima que o preço do barril no curto prazo deve ficar em US$ 125, mas monitora novos acontecimentos para uma possível revisão na projeção. “Uma guerra prolongada pode fazer com que o Brent ultrapasse os US$ 150/bbl, a nosso ver”, estima o banco.

Por aqui, as ações do setor de petróleo caem na bolsa e lideram as principais quedas do início do pregão. PetroRio (PRIO3) é a que mais recua, caindo 6,94%, seguida por 3R Petroleum (RRRP3; -4,94%). A Petrobras, maior estatal da B3, vê seus papéis preferenciais (PETR4) caírem 0,12% e os ordinários (PETR3) subirem 0,09%.

Outras commodities

Além do petróleo, também houve queda nos preços de outras matérias-primas que são produzidas em grande volume pela Rússia. Assim como no caso do petróleo, elas tinham se valorizado nas últimas sessões pela perspectiva de que a oferta poderia ser reduzida em caso de potenciais embargos comerciais à Rússia.

Segundo dados da London Metal Exchange (LME), a bolsa inglesa especializada em metais básicos, os preços do cobre, alumínio, estanho e zinco recuam nesta quarta.

Fonte: LME
Da esquerda para a direita: Cobre, alumínio, zinco, chumbo e estanho. Fonte: LME

Na bolsa brasileira, empresas de siderurgia e mineração também caem no dia, e figuram entre os componentes do índice Ibovespa com as maiores perdas da sessão. .

Vale (VALE3) recuava 2,90% e CSN Siderurgia (CSNA3) caía 0,69%, enquanto Usiminas perdia 0,53%. Estas três ações vinham se valorizando desde o início da guerra na Ucrânia, em 21 de fevereiro, conforme mostra o gráfico abaixo.

Histórico de preços das ações da Vale, CSN e Usiminas. Fonte: TradeMap

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.