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JBS (JBSS3) tem R$ 6,5 bilhões de lucro no quarto trimestre, alta de 61%

No acumulado de 2021, ganhos foram de R$ 20,5 bilhões, crescimento de 345,5%

Foto: Divulgação

A JBS (JBSS3), uma das maiores processadoras de alimentos do mundo, teve lucro líquido de R$ 6,5 bilhões no quarto trimestre de 2021, alta de 61% na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o balanço da companhia publicado na noite desta segunda-feira (21).

No acumulado do ano, os ganhos da JBS foram de R$ 20,5 bilhões, expansão de 345% em relação a 2020.

A receita líquida do quarto trimestre foi de R$ 97,2 bilhões, crescimento de 27,8% em relação aos mesmos três meses de 2020. A receita dos 12 meses de 2021 foi de R$ 350,7 bilhões, alta anual de 29,8%.

O Ebitda ajustado, por sua vez, encerrou o trimestre em R$ 13,2 bilhões, o que representa alta de 86,9% em relação aos últimos três meses de 2020, com margem de 13,5%, expansão de 4,3 pontos percentuais.

Considerando todo o ano de 2021, a companhia registrou Ebitda ajustado de R$ 45,7 bilhões, crescimento de 54,5% em relação ao ano anterior, com margem de 13%, alta de 2,1 p.p.

O total das dívidas da JBS no fim de 2021, de R$ 69,3 bilhões, corresponde a 1,52 vez o seu Ebitda, o que representa uma melhoria em relação ao 1,56x registrado ao fim de 2020.

A companhia destaca também que encerrou o ano com R$ 23,2 bilhões em caixa, o que, somado aos US$ 2,2 bilhões disponíveis em linhas de crédito da JBS USA, corresponde a mais de três vezes sua dívida de curto prazo.

Crescimento em todas as unidades

A companhia destaca que registrou crescimento em todas as suas unidades de negócio, com 76% das vendas vindo de mercados domésticos em que a JBS atua e 24% vindo de exportação.

A unidade de negócios Seara reportou receita líquida de R$ 10,1 bilhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 34,2% em relação ao mesmo período de 2020. O Ebitda foi de R$ 1,1 bilhão (alta de 6,6%). Segundo a companhia, as receitas do segmento foram impulsionadas pelo aumento nos volumes e no preço médio de vendas.

Na ponta negativa, a empresa menciona a suspensão temporária das exportações para a Arábia Saudita e a desaceleração das vendas para a China, que impactaram a rentabilidade, e a alta nos custos de produção, parcialmente compensada pelo repasse de preços, por melhorias nos mix de mercados, canais e produtos, e pelo foco em eficiência operacional.

O braço de negócios JBS USA Beef registrou receita líquida de R$ 41,9 bilhões no quarto trimestre, alta de 38,3% em relação ao mesmo período de 2020, e Ebitda de R$ 7,8 bilhões (alta de 180%).

Os fortes resultados do segmento foram impulsionados pela demanda maior do que a oferta por carne bovina no mercado americano, impulsionada pelo bom desempenho do varejo e pela recuperação do canal de food service; e pela maior demanda vinda da Ásia, impulsionando o volume de exportação dos Estados Unidos.

Por outro lado, os custos operacionais também subiram, diz a empresa, principalmente em mão de obra, logística e embalagem.

A JBS Australia, por sua vez, conseguiu melhorar seus resultados, apesar da baixa disponibilidade de gado, devido ao fortalecimento da demanda, que aumentou os preços da carne bovina.

Na divisão JBS USA Pork, a receita líquida foi de R$ 10,6 bilhões (+14,1%) e o Ebitda foi de R$ 1,2 bilhão (+39,4%). Os resultados foram consequência da alta demanda por carne suína, que impulsionou os preços e sustentou as margens, mesmo diante do aumento de custos. Além disso, diz a empresa, a escassez de mão de obra e de logística impactou o crescimento da produção e a melhoria do mix de produtos.

Já na Pilgrim’s, a receita líquida foi de R$ 22,5 bilhões (+34%) e o Ebitda foi de R$ 2,3 bilhões (+44%). Também nesta unidade de negócios, a força e o equilíbrio do portfólio permitiram bons resultados apesar de aumento de custos, disrupção na cadeia de suprimentos, falta de mão de obra e pandemia, diz a JBS.

O negócio JBS Brasil reportou receita líquida de R$ 14,1 bilhões (+5,1%) e Ebitda de R$ 696,7 milhões (+1,3%). O crescimento da receita vem mesmo com a redução de 3% no número de bovinos processados, consequência da escassez de matéria prima e da suspensão temporária de exportações para a China. Além disso, o aumento no custo de produção impactou as margens.

Foco no crescimento

Entre os marcos de 2021, a companhia destaca sua agenda de aquisições. “Foram 7 aquisições estratégicas anunciadas seguindo a nossa visão de diversificação de proteínas e geografias, totalizando US$ 2,1 bilhões, com receita incremental de US$ 1,9 bilhão”, diz o relatório de balanço.

As empresas adquiridas foram a Vivera, que atua no mercado de carnes à base de plantas na Europa; a Huon, produtora de pescados australiana; a Rivalea, que atua na criação e no processamento de suínos na Austrália; a Kerry Meats and Meals, com foco em alimentos preparados no Reino Unido e na Irlanda; a King’s, empresa italiana de produtos de charcutaria;  e a Sunnyvalley Smoked Meats, empresa de produtos de valor agregado.

Sobre os R$ 9,6 bilhões em investimentos orgânicos, a companhia destaca os investimentos em marca e valor agregado, a expansão e modernização de unidades produtivas da marca Seara e a construção de duas novas fábricas nos Estados Unidos.

Ações

Ao longo de 2021, a ação da JBS registrou valorização de 60,4%, contra desvalorização de 11,9% do Ibovespa. No fechamento desta segunda-feira, os papéis tinham alta de 0,91%, a R$ 37,66.

No ano passado, a companhia distribuiu R$ 7,4 bilhões em dividendos, o que, considerando os R$ 20,5 bilhões de lucro líquido, implica em um dividend yield de 8,2%, segundo o relatório. Se forem considerados os R$ 10,6 bilhões em recompras de ações realizadas ao longo do ano, o retorno ao acionista somou 20% em 2021.

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