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IPCA-15: prévia da inflação desacelera em março, mas vem acima do previsto

Alta nos preços de alimentos e de combustíveis contribuíram para o resultado, segundo IBGE

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), a prévia da inflação oficial, avançou 0,95% em março, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (25).

A variação é a maior para um mês de março desde 2015, mas aponta desaceleração na comparação com fevereiro, quando o indicador subiu 0,99%.

O Goldman Sachs esperava alta de 0,90% no indicador em março ante fevereiro, enquanto o Rabobank previa alta de 0,91%.

No acumulado em 12 meses até março, o IPCA-15 subiu 10,79% – avanço que também ficou acima das expectativas do Goldman Sachs e do Rabobank, que eram de 10,73% e de 10,70%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram aumento de preço em março ante fevereiro. O destaque foram os alimentos e bebidas, que tiveram a maior variação (1,95%) e o maior impacto (0,40 pontos porcentuais) no índice, além de terem acelerado o ritmo de alta – em fevereiro, o avanço havia sido de 1,20%.

Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 1,30%, após a queda observada em fevereiro (-0,02%), tiveram o segundo maior efeito sobre a inflação. Na sequência, vieram os Transportes, com alta de 0,68%.

Gasolina foi item que mais contribuiu para inflação

Os preços da gasolina subiram 0,83% em março, refletindo o reajuste de 18,77% do combustível nas refinarias, em 11 de março. Ocorreram altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%.

Por que esse dado é importante?

Indicações de uma inflação maior ou menor afetam os juros futuros, e o IPCA é o indicador oficial acompanhado pelo Banco Central para as decisões de política monetária. Uma variação de preços mais expressiva do que a esperada pesa a favor de altas mais fortes na taxa básica de juros, a Selic, e vice-versa. Quando há uma inflação menor, a tendência é que seja desnecessária uma alta de juros maior à frente.

Os juros futuros, por sua vez, afetam diretamente a Bolsa, já que o cálculo do valor atual de uma empresa é feito também com base no quanto ela gerará de valor lá na frente. Essa estimativa é trazida a valor presente através de uma taxa de desconto, que em geral corresponde aos juros de longo prazo.

Além disso, uma inflação elevada como a que temos hoje tende a corroer o poder de compra da população, o que é uma má notícia em especial para empresas ligadas a consumo.

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