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Inter (INBR31): Inadimplência cresce, mas o “pior ficou para trás”, diz CEO; BDR sobe quase 14%

Inadimplência superior a 90 dias de atraso aumentou, fechando o segundo trimestre a 3,9%

Foto: Shutterstock

A inadimplência acima de 90 dias do Banco Inter (INBR31) subiu 0,9 ponto percentual no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 3,9%. Daqui para frente, porém, a gestão do banco não espera novos aumentos, de acordo com comentários feitos por executivos da companhia durante a teleconferência de resultados na manhã desta terça-feira (16).

Na esteira da divulgação do balanço, por volta das 13h10, a ação do Inter, listada na Bolsa de Nova York, registrava alta de 9,71%, a US$ 3,84. Os BDRs, negociados no Brasil, saltavam 13,94%, a R$ 19,70.

“O pior já ficou para trás”, afirmou João Vitor Menin, CEO do banco. Apesar de os números não terem sido divulgados no balanço, o executivo afirmou que as taxas de inadimplência de 30 e 60 dias tiveram alta mais moderada. E a perspectiva do banco é que os números permaneçam estáveis nos próximos meses. “Essa é a tendência que estamos vendo em julho e agosto, nos últimos 30 a 45 dias”, informou o executivo.

“Vemos uma melhoria nos últimos meses, o que nos deixa confortáveis de que o pior está para trás”, completa Menin. Ele destacou que uma deterioração muito forte no ambiente macroeconômico poderia pesar sobre os números, enquanto um cenário melhor do que o esperado pode acelerar a recuperação.

No segundo trimestre, para conter a escalada da inadimplência, o banco decidiu desacelerar o crescimento da carteira de crédito, especialmente no negócio de cartões, a única modalidade de crédito sem garantia oferecida pelo Inter. Na comparação anual, a originação de crédito do trimestre foi 1% menor, em R$ 4,7 bilhões.

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“Quando tem ventos contrários macroeconômicos, temos que ter mais cautela no negócio. Somos um banco disruptivo, estamos ganhando market share e agora temos que desacelerar um pouco”, comentou Menin.

Nos próximos trimestres, a expectativa do banco é voltar a crescer sua carteira de crédito em um ritmo mais acelerado. “Gostamos no negócio de cartão. É importante para engajamento e retenção e pode ser lucrativo”, apontou o CEO. “Quando acharmos que o mercado está melhor, poderemos crescer mais rápido do que nos últimos seis meses”, completou.

De acordo com Alexandre Riccio, vice-presidente de tecnologia, operações e finanças do banco, o crescimento da carteira de crédito no terceiro trimestre deve girar em torno do anotado nos três primeiros meses deste ano, de cerca de 15%. Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 7,2%, para R$ 19,5 bilhões.

Outro ponto destacado pelo Inter é a reprecificação dos produtos de crédito do banco, iniciada no segndo trimestre e que deve continuar nos próximos meses, buscando um aumento de spread. Esse aumento, segundo Menin, foi alinhado com o custo de risco do negócio e levou os juros de Inter ao mesmo nível praticado pela indústria, de modo que não gerou reclamações dos clientes.

Helena Lopes Caldeira, diretora financeira do banco, aponta ainda que esse aumento de taxas irá impulsionar a margem financeira líquida (NIM) a partir deste trimestre. De abril a junho, esse indicador ficou em 7%, alta de 0,1 ponto percentual na comparação anual.

“Para o ano que vem, (…) com uma melhoria do macro, o mercado já está projetando um início de queda nas taxas de juros no ano que vem, o que pode ser muito positivo para os nossos NIMs em 2023”, afirmou a executiva.

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