Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Inflação dos EUA concretiza piores medos do mercado; bolsas tombam e juros e dólar sobem

Núcleo do CPI (índice de preços ao consumidor) subiu 0,4% no mês passado, acelerando em relação a agosto

Foto: Shutterstock

O mercado viu seus piores medos se concretizarem nesta quinta-feira (13), com os preços nos Estados Unidos subindo mais que o esperado em setembro com a perspectiva de juros mais altos e mostrando uma leitura ruim inclusive para o chamado núcleo de inflação, que mede os preços menos voláteis da economia.

Em resposta, as bolsas americanas caem com força e o dólar se fortalece no mundo todo, inclusive no Brasil, e os juros futuros sobem.

Dado mais esperado da semana pelo mercado, o CPI (índice de preços ao consumidor) subiu 0,4% no mês passado, o dobro do esperado pelos investidores e uma aceleração em relação aos 0,1% de alta registrados em agosto. O núcleo, que exclui alimentos e energia, avançou 0,6%, mantendo o ritmo de agosto e contrariando as expectativas do mercado, que apostava em um passo mais ameno.

Após a divulgação, os índices futuros americanos, que operavam em alta antes da divulgação, passaram a cair com força. Por volta das 10h35, o Dow Jones recuava 1,59%, o S&P 500 caía 2,13% e o Nasdaq perdia 2,96%.

Saiba mais:
CPI: Inflação dos EUA sobe 0,4% em setembro, o dobro do esperado

Por aqui, o Ibovespa, na volta do feriado de Nossa Senhora Aparecida, abriu em queda e o dólar avançava 1,29% por volta das 10h50, a R$ 5,34. Os juros futuros subiam: a taxa dos contratos DI com vencimento em janeiro de 2026 avançavam 8 pontos-base, a 11,59%, segundo dados da plataforma TradeMap.

“O CPI veio e mostrou que a inflação veio super forte, e que meio que concretizou a expectativa que o mercado já tinha, que o dado viria forte e que o Fed terá que ser agressivo, na casa dos 0,75 ponto”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. “Então esse aumento já está chancelado, e isso estressa os mercados. Bolsas para baixo, dólar para cima.”

Mercado passa a prever risco de alta de juros nos EUA acelerar

As apostas majoritárias para a próxima reunião de juros do Federal Reserve (banco central dos EUA), que já mostravam 82% dos investidores esperando uma nova alta agressiva de 0,75 ponto na taxa americana, subiram para 93,8%, com uma novidade: 6,2% passaram a acreditar em um aumento de 1 ponto percentual.

“Todas as principais moedas perdem agora contra o dólar num movimento global de aversão ao risco”, apontou André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Os dados, que mostraram um avanço de 8,2% da inflação americana em 12 meses, foram divulgados pela secretaria de estatísticas trabalhistas (BLS).

“Aumentos nos índices de habitação, alimentos e cuidados médicos foram os maiores de muitas contribuições ao índice geral”, apontou a BLS em nota. “Essas altas foram em parte balanceadas pela queda de 4,9% no índice de gasolina. O índice de alimentos continuou a subir, aumentando 0,8% no mês, enquanto que alimentação em domicílio subiu 0,7%.”

A secretaria ainda apontou que o índice de energia caiu 2,1% no mês.

O indicador é divulgado um dia após a ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central dos EUA, e deve calibrar as apostas do mercado para os próximos aumentos de juros.

O Fed, que tem duplo mandato (combater a alta de preços e promover o pleno emprego), já indicou que sua prioridade no momento é combater a inflação, e o índice deve ajudar a sinalizar se os preços dos Estados Unidos estão cedendo de fato ou se uma dose ainda maior de juros será necessária.

Leia mais:
É bom, mas é ruim: desemprego cai a 3,5% nos EUA, e bolsas recuam com chance de juros maiores

Ontem, dia de feriado no mercado brasileiro, a BLS divulgou o PPI (índice de preços ao produtor) do mês passado, e o indicador mostrou alta de 0,4%, acima do esperado pelo mercado.

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.