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É bom, mas é ruim: desemprego cai a 3,5% nos EUA, e bolsas recuam com chance de juros maiores

Taxa de desocupação caiu a 3,5%, mostrando uma economia ainda aquecida e colocando pressão na inflação

Foto: Shutterstock

Após subir em agosto, a taxa de desemprego recuou a 3,5% nos Estados Unidos no mês passado, voltando ao patamar de julho. Apesar de essa ser uma notícia a princípio positiva para a maior economia do mundo, os índices futuros americanos aprofundaram a queda após o payroll de setembro ser divulgado pela secretaria de estatísticas trabalhistas do país.

Na avaliação do mercado, a queda no desemprego é sinal de mais pressões inflacionárias à frente, dificultando o trabalho do Federal Reserve (banco central dos EUA) no combate à alta de preços, a maior das últimas décadas.

O quadro que se desenha é que o Fed será forçado a manter um ritmo agressivo de aumento da taxa americana, elevando os juros em mais 0,75 ponto porcentual na próxima reunião, no início de novembro. O mercado já precifica que, no final do ano, os juros do país estarão na faixa entre 4,25% a 4,50%. Esse seria o maior patamar desde 2007.

Esse cenário foi reforçado pelo payroll de hoje.

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No mês passado, os EUA criaram 263 mil postos de trabalho, dado que veio em linha com o esperado pelo mercado, que projetava entre 250 mil e 275 mil novas vagas. Mas a preocupação ficou por conta da taxa de desemprego, que caiu a 3,5% no mês passado, e o aumento do ganho médio por hora, de 0,3%, a US$ 32,46.

Após a divulgação, que aconteceu às 9h30, os índices futuros americanos, que operavam sem direção única, passaram a cair ou aprofundaram a queda: por volta das 10h, no mercado futuro, o Dow Jones caía 1,06%, o S&P 500 recuava 1,39% e o Nasdaq, índice de ações ligadas à tecnologia e que é especialmente sensível a um cenário de alta de juros, tombava 1,81%.

Segundo dados do CME Group, aumentou a proporção daqueles que esperam uma nova alta de 0,75 ponto na próxima reunião do Fed, no início de novembro: se antes da divulgação essa era a aposta de 77%, esse percentual aumentou para 79%.

O dado afetou a cotação do dólar no início desta manhã. Por volta das 10h10, a moeda americana subia 0,59%, negociada a R$ 5,24.

Longo caminho pela frente

Em relatório, o banco Wells Fargo destacou que os 263 mil postos de trabalho criados foi “o ritmo mais lento de crescimento de emprego do ano”. “As evidências do mercado de trabalho esfriando eram evidentes até antes do payroll, com o relatório JOLTS [que mede a falta ou excedente de empregos] mostrando uma queda dramática na abertura de empregos]”.

Apesar disso, a instituição avaliou que um cenário de “pouso suave” da economia americana parece desafiador.

“A perspectiva de um pouso suave ainda parece desafiadora com o relatório de empregos de setembro, já que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes da oferta e demanda por trabalhadores estar mais equilibrada e as pressões inflacionárias do mercado de trabalho estarem totalmente contidas.”

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