A produção industrial cresceu 0,3% em maio na comparação com abril, quando havia aumentado 0,2%, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A expectativa do mercado era de um avanço de 0,5% (avaliação da mediana dos analistas ouvidos pela Broadcast) e 0,7% (para os especialistas consultados pela Reuters).
Os dados mostram que maio foi o quarto mês consecutivo de crescimento na produção industrial brasileira, que no entanto ainda está menor que no final do ano passado. Isso porque em janeiro a produção caiu 1,9%. Em 2022, o saldo está negativo em 0,1%.
“Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011″, disse André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal do IBGE.
Segundo ele, a melhora no desempenho da indústria nos últimos meses pode estar relacionada às medidas adotadas pelo governo para aumentar a renda da população – liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, por exemplo.
“Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento”
A retomada da demanda represada no pós-pandemia e as medidas de estímulo à economia tomadas pelo governo Bolsonaro vêm impulsionando o mercado de trabalho, com a taxa de desemprego caindo para 9,8% em maio.
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Macedo, porém, diz que a indústria também sofre pressão negativa vinda da inflação elevada, que reduz a renda das famílias, da taxa de juros alta, que encarece o crédito, e da dificuldade de crescimento na massa salarial.
“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção”.
“Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses”, acrescentou.