Em um trimestre com aumento nas receitas, o lucro líquido ajustado da rede de shopping centers Iguatemi (IGTI11) cresceu 166,5% no período de julho a setembro deste ano, na comparação com o mesmo intervalo de 2021, alcançando R$ 56,5 milhões.
Os ajustes no lucro líquido visam excluir os efeitos da variação de preço das ações da Infracommerce (IFCM3) que o Iguatemi detém, além dos impactos de linearização e da operação de recompra de ações. Se estes efeitos fossem considerados, o lucro líquido no período seria de R$ 64,8 milhões, contra prejuízo de R$ 83 milhões no terceiro trimestre de 2021.
Apesar de representar melhora, o lucro anotado pelo Iguatemi ficou abaixo das expectativas do BTG Pactual, que projetava R$ 91 milhões.
Com aumento nos ganhos com aluguel e estacionamento, a receita líquida da operadora de shopping centers fechou o trimestre em R$ 241,1 milhões, expansão anual de 37,1%.
Parte mais significativa do total, a receita líquida de aluguel cresceu 16,7% entre o terceiro trimestre de 2021 e o mesmo período deste ano, para R$ 213 milhões. Considerando apenas as lojas que já estavam abertas em 2021, os aluguéis aumentaram 35,7%.
Este crescimento, segundo a companhia, reflete o aumento no aluguel mínimo, devido a reajustes de contratos; do aluguel percentual, em função do aumento das vendas; e do aluguel temporário, com aumento na procura em datas comerciais.
Mesmo com a expansão nos aluguéis, o custo de ocupação, métrica que compara o valor gasto pelos lojistas como percentual das vendas, ficou praticamente estável, em 12,2%, e a taxa de ocupação dos shoppings cresceu 2,5 p.p., para 93,2%.
A inadimplência, por sua vez, ficou 2,8 p.p. abaixo do observado no terceiro trimestre de 2019, atingindo o patamar negativo de 0,7%, uma vez que a companhia recebeu valores que estavam em atraso.
A receita de estacionamento atingiu R$ 42,9 milhões no trimestre, alta de 48,4% na base anual, reflexo do reajuste nas tarifas, do aumento do fluxo de veículos e do início de cobrança de estacionamento nos shoppings Iguatemi Rio Preto e Iguatemi Ribeirão no início deste ano.
Neste contexto, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre atingiu R$ 165,9 milhões, 15,1% acima do registrado no mesmo período de 2021.
A margem Ebitda, por outro lado, ficou em 65,2%, contração de 2,5 pontos percentuais. O recuo na margem, de acordo com a empresa, reflete a maior participação de vendas digitais, que têm margens menores.
Também do lado negativo, o resultado financeiro líquido da empresa foi de R$ 91,9 milhões negativos no trimestre, piora de 71,9% em relação ao anotado em igual período de 2021, devido ao aumento da taxa de juros.