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Ibovespa sobe em dia de recuperação de commodities; Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) são as “intrusas”

Após quedas sucessivas tanto nos preços do minério quanto no do petróleo, esta sexta é marcada por uma recuperação do valor das commodities

Foto: Shutterstock

A Bolsa brasileira se anima com o bom humor global e opera em alta na tarde desta sexta-feira (24). Dentre as ações que se destacam entre as altas, mineradoras e petrolíferas recuperam perdas recentes, e a as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) são as “intrusas” entre as commodities, após a Agência Nacional e Aviação Civil (Anac) divulgar uma nova regra para o Aeroporto de Congonhas.

Perto das 13h30, o Ibovespa subia 0,45% e operava aos 98.535 pontos. Entre as empresas que mais subiam, PetroRio (PRIO3) ganhava 4,79%, CSN (CSNA3) crescia 4,86%, Gerdau (GOAU4) valorizava 4,26% e 3R Petroleum (RRRP3) apontava em 3,90% para cima.

Após quedas sucessivas tanto nos preços do minério quanto no do petróleo, esta sexta é marcada por uma recuperação do valor dessas commodities. O contrato de minério de ferro de setembro na bolsa de Dalian encerrou o pregão em alta de 1%. Agora, a tonelada do produto é negociada a 736 iuanes, o equivalente a US$ 109,90. Na semana, a queda foi de 11%, a maior desde meados de fevereiro.

Já o petróleo tipo Brent, que serve como referência no mercado externo, sobe 3% no mercado futuro da ICE, e agora é cotado a US$ 113,50.

Entre as maiores altas do dia, a Azul e a Gol se destacam por serem as únicas que não são de commodities, após a Anac divulgar novas permissões de voos (slots) no Aeroporto de Congonhas.

A Azul, por exemplo, subia 3,57%. A empresa, segundo estimativas de analistas do BTG Pactual, pode dobrar a sua participação nas operações do aeroporto de São Paulo, de 7% para 15%. O slot é a permissão dada para que uma companhia aérea tenha direito de usar as pistas de um aeroporto para pouso e decolagem.

A malha da Azul em Congonhas pode melhorar porque os 41 slots anteriormente operados pela Avianca Brasil, que encerrou suas operações em maio de 2019, e que foram alocados temporariamente pela Anac para outras empresas aéreas, serão redistribuídos.

Com isso, o BTG vê a possibilidade de a Azul atingir mais de 80 slots em Congonhas, 39 a mais que os atuais 41, até 2023, “aumentando sua participação de mercado no aeroporto de 7% para 15% e dobrando sua presença em um mercado tão lucrativo”, avalia o banco.

Na esteira da Azul, Gol (GOLL4) também subia com intensidade, e apontava em 5% para cima. A alta das ações nesta sexta-feira é um alento para o setor, que viu seus papéis muito pressionados nos últimos dias, em virtude da cautela redobrada pelos investidores, em meio a um cenário de inflação e juros altos por um longo período.

Maiores quedas do dia

A ação que mais recuava nesta tarde era a da CVC (CVCB3), que perdia 8,11%. A empresa informou ao mercado mais cedo que a venda de novas ações da companhia, em um follow-on, movimentou R$ 402,8 milhões, após a precificação do papel sair a R$ 7,70.

Segundo a CVC, a oferta movimentou 52,312 milhões de novas ações. Participaram da operação apenas os atuais acionistas da companhia e investidores institucionais.

A iniciativa pela maior operadora de turismo do Brasil acontece num momento de dificuldade do setor e de baixa das ações da CVC, que tem sofrido pela perspectiva de que a inflação alta em várias economias forçará os bancos centrais – em particular o dos Estados Unidos – a serem mais agressivos no aumento de juros, o que pode provocar recessão.

As outras quedas ficavam concentradas em ações ligadas ao varejo e a outros setores expostos à economia doméstica. Na visão de Flávio Aragão, sócio da gestora 051 Capital, essas quedas ocorrem após a divulgação dos números de inflação do IPCA-15 pressionarem a curva de juros brasileira.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a prévia da inflação de junho medida pelo IPCA-15 atingiu 0,69% em base mensal – acima do resultado de 0,59% observado em maio e das previsões do mercado. Em 12 meses, a alta do IPCA-15 desacelerou para 12,04% em junho, de 12,20% em maio.

Para Eduarda Korzenowski, economista da Somma Investimentos, o IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado por conta de uma desaceleração menor do que o esperado na inflação dos transportes. Segundo o IBGE, o grupo de transportes subiu 0,84% ante 1,80% em maio.

Como resultado, os contratos futuros dos juros por aqui apresentam subidas intensas nesta sexta. Segundo dados retirados da plataforma do TradeMap, os contratos de juros para 2023, 2025 e 2028 caíam, respectivamente, 23, 35, e 31 pontos-base, respectivamente. Veja:

Fonte: TradeMap
Fonte: TradeMap

“A curva de juros toda sobe de forma muito agressiva. Parece realmente que o ‘otimismo’ global nesta sexta é quem alivia nossa Bolsa”, comenta Aragão.

Cenário internacional

Fora do Brasil, os principais índices acionários subiam com intensidade. Nos Estados Unidos, Dow Jones crescia 2,16%, S&P 500 ganhava 2,34% e o Nasdaq valorizava 2,17%.

Por lá, os investidores repercutem o resultado do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), que mostrou uma desaceleração de junho para maio. Neste mês, o indicador atingiu 51,2 pontos, ante 53,6 do mês anterior.

Com a queda na atividade econômica, a inflação poderá perder tração e, como resultado, o Federal Reserve (o banco central americano) poderá reduzir o número e o tamanho das altas de juros nos próximos meses”, avalia a XP, em morning call.

Já no Velho Continente, os mercados também operam em alta. O Euro Stoxx 50 crescia 2,62%, o FTSE 100 ganhava 2,68% e o DAX subia 1,59%.

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