Ibovespa sobe e retoma os 112 mil pontos após dados de emprego nos EUA; Cyrela (CYRE3) dispara

O Ibovespa opera em alta no último pregão da semana, refletindo os pares internacionais, que sobem após a divulgação do payroll, os dados de trabalho nos Estados Unidos.

Às 13h25, o principal índice da Bolsa subia 1,37% e operava aos 111.935 pontos. Na parte de cima, Cyrela (CYRE3) ganhava 11,30% e liderava as altas, seguida de perto por outros pares do setor, que estendiam os ganhos da véspera.

A MRV (MRVE3) subia 9,50%, a Eztec (EZTC3) avançava 8,64% e a JHSF (JHSF3) valorizava 5%. O avanço de 1,2% no PIB brasileiro no trimestre, divulgado na quinta-feira (1), trouxe boas perspectivas para o setor. Em nota, a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) ressaltou que o setor registrou alta de 2,7% no período.

“Os resultados da construção vêm em linha com o que já demonstravam outras sondagens feitas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O nível de atividade continua se expandindo, o que tem refletido positivamente no mercado de trabalho, conforme os dados do Caged e da PNAD vem demonstrando”, afirmou a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

Por conta disso, o CBIC elevou as suas projeções de crescimento do setor para este ano em 3,5%.

Outra empresa que subia com intensidade era a Braskem (BRKM5), que apontava em 6,50% para cima. Sem citar fontes, o jornal Valor Econômico publicou uma notícia dizendo que a J&F, holding de investimentos da família Batista, dona da JBS (JBSS3), avalia uma proposta para comprar 100% da petroquímica.

Na sequência de altas, destaque para Pão de Açúcar (PCAR3), com alta de 5,40%,  Weg (WEGE3), com elevação de mais 6% e a Dexco (DXCO3), que operava ao redor de 6%.

Baixas da Bolsa

Por mais um dia, o IRB Brasil (IRBR3) liderava as perdas, caindo mais de 10%. Desde a semana passada, quando anunciou que precisaria vender novas ações para reforçar o capital, o ressegurador sofre uma onda de apostas na queda do preço dos papéis.

A especulação foi motivada pela perspectiva de que os compradores das novas ações exigiriam um grande desconto em relação ao valor de mercado.

Essa tese se confirmou ontem à noite, quando a empresa anunciou que as novas ações foram vendidas a R$ 1,00 cada. O valor equivale à metade do preço das ações do IRB Brasil na última quarta-feira (24), quando a oferta foi anunciada, e a um desconto de 28,6% em relação ao preço de fechamento desta quinta-feira.

Com estes números em mãos, o mercado começou esta sexta-feira decidido a apostar na desvalorização das ações do IRB.

Entenda:

IRB (IRBR3): ação despenca de novo com nova onda de apostas contra o papel

Depois do ressegurador, Azul (AZUL4) caía 2,47%, SLC Agrícola (SCLE3) perdia 1,28%, Gol (GOLL4) recuava 1,66% e Eletrobras (ELET6) desvalorizava 1,34%.

Payroll anima os mercados

Além da Bolsa brasileira, os mercados americanos e europeus também repercutem os dados do payroll. O indicador mostrou que a economia americana criou 315 mil vagas em agosto, um pouco acima dos 300 mil esperados pelo mercado. Contudo, a taxa de desemprego veio pior do que as expectativas, passando de 3,5% para 3,7%.

Na avaliação de Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos, o dado era o mais aguardado da semana. “O mercado nos últimos dias e meses vem trabalhando em cima dessa expectativa quanto a elevação de juros nos EUA e Europa, principalmente depois do evento de Jackson Hole, onde houve um indicativo do Fed de aumentar juros nos EUA”.

O número mostra uma desaceleração na criação de postos de trabalho em relação a julho, quando foram criadas 526 mil vagas, segundo dado revisado publicado pela BLS (secretaria de estatística trabalhista).

Os investidores acreditavam que a taxa de desemprego se manteria em 3,5%, mas o indicador aumentou com o número de pessoas desempregadas subindo em 344 mil entre julho e agosto, para 6 milhões de pessoas.

A BLS informou ainda que o ganho médio por hora dos trabalhadores subiu em US$ 0,10, a US$ 32,36, uma alta de 0,3% na comparação com julho e de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado esperava uma alta de 0,4% na margem.

Como resultado, os principais mercados globais sobem sexta-feira, assim como o Ibovespa. Confira a performance dos principais índices:

“Até a próxima reunião do Federal Reserve (o banco central americano), no dia 21 deste mês, cada dado macroeconômico que sair será importante para a avaliação dos investidores”, explica Hashimoto.