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Ibovespa sobe com commodities e NY, mas fecha semana no vermelho

Saldo da semana é de desvalorização de 3,7%, enquanto o balanço desde o início do ano é de queda de 7,9%

Foto: Shutterstock

No fim de uma semana turbulenta, o Ibovespa conseguiu fechar o pregão desta sexta-feira (15) em alta, amparado pela recuperação das Bolsas estrangeiras e pela valorização de ações ligadas a commodities.

Assim, o índice encerrou a sessão com alta de 0,45%, aos 96.551 pontos, com R$ 15,95 bilhões em volume negociado. A valorização do dia, contudo, não foi suficiente para inverter o saldo do Ibovespa na semana, que foi de baixa de 3,73%.

No mês, o índice acumula perdas de 2,02%, enquanto o balanço desde o início do ano é de desvalorização de 7,89%.

Empurrãozinho do exterior

No exterior, os mercados mostraram recuperação depois de uma sequência de quedas, em meio a uma aversão ao risco causada por balanços de grandes bancos, expectativas de mais aperto monetário e temores de uma recessão global.

Em Nova York, o S&P 500 teve alta de 1,91%, o Dow Jones subiu 2,15% e o Nasdaq avançou 1,79%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 2,37%.

Alguns pontos que podem ter ajudado as Bolsas hoje, além de ajustes depois das fortes quedas, são a redução nas apostas de um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros americana na próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) e o balanço do Citigroup no segundo trimestre, que superou as expectativas.

Ainda nos EUA, as vendas do varejo subiram 1% em junho, em relação a maio, acima das projeções de alta de 0,9%.

Alta ignora a China

A alta do Ibovespa pareceu ignorar dados negativos da China, que poderiam pressionar países emergentes e commodities. O PIB (Produto Interno Bruto) chinês cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, em base anual, abaixo das expectativas de 0,9%. Na comparação trimestral, o PIB caiu 2,6%, contra estimativas de baixa de 1,5%.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e uma atividade mais fraca na segunda maior economia do mundo reduz a demanda e a oferta de matérias-primas e insumos.

Assim, o minério de ferro teve baixa de 10,04% na Bolsa de Dalian, cotado a US$ 95,43 por tonelada, enquanto o petróleo tipo Brent subiu 2,08%, a US$ 101,16 por barril – impulsionando as ações de algumas petroleiras brasileiras.

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No fechamento, a Petrobras ON (PETR3) tinha alta de 1,99%, a Petrobras PN (PETR4) subia 1,71%.  Na contramão, a 3R Petroleum (RRRP3) teve baixa de 1,27% e a PetroRio (PRIO3), de 0,29%

Apesar do minério, as siderúrgicas e mineradoras tiveram um pregão positivo, com destaque para Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), com ganhos de 5,94% e 4,92%, nesta ordem.

A valorização da Gerdau foi ajudada também por um relatório do Bank of America, em que analistas incluem a empresa entre as companhias de commodities que mais devem se destacar entre os balanços referentes ao segundo trimestre, com divulgações que começam na semana que vem.

Outros destaques do pregão

Entre as ações do Ibovespa, as maiores altas da sessão foram de Gerdau (GGBR4), Braskem (BRKM5) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), com a Braskem subindo 5,33%.

Na sequência vinha a BB Seguridade (BBSE3), com ganhos de 4,21%, depois de a companhia divulgar alta de 19,8% nos prêmios emitidos no segmento de seguros em maio, contra o mesmo mês de 2021, para R$ 1,235 bilhão.

Na outra ponta do índice, as maiores quedas foram de Hapvida (HAPV3), CVC (CVCB3) e Magazine Luiza (MGLU3), com perdas de 5,22%, 4,55% e 4,47%, respectivamente.

A queda dos papéis de empresas de saúde seguem a promulgação de ontem, pelo Congresso, do projeto de lei que determina piso de R$ 4.750 para enfermeiros, além de novos valores para as demais categorias.

A expectativa é que a mudança incida no aumento dos custos das empresas. Além de Hapvida, Qualicorp (QUAL3) se destacou com baixa de 3,5%, enquanto Rede D’Or (RDOR3) recuou 2,94%.

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Os frigoríficos também caíram em bloco, devido à alta dependência das importações da China e o temor de desaceleração na segunda maior economia do mundo. Minerva (BEEF3) teve baixa de 4,03%, BRF (BRFS3) recuou 4,43%, Marfrig (MRFG3) perdeu 2,68% e JBS (JBSS3) perdeu 1,9%.

Fora do Ibovespa, a incorporadora Helbor (HBOR3) teve queda de 7,32% depois da divulgação de sua prévia operacional, que apresentou números fracos, na visão de analistas da Genial Investimentos, ainda que melhores do que os do primeiro trimestre. As vendas brutas caíram 20,1% na comparação anual, para R$ 374 milhões.

Outro papel que não compõe o índice e despencou nesta sexta foi o da Camil (CAML3), com baixa de 12,88%. O aumento das taxas de juros ao longo dos últimos meses teve consequências negativas para os resultados da companhia, reduzindo o lucro mesmo diante de um aumento na receita.

O lucro da Camil caiu 10,5% no primeiro trimestre – que, no caso da companhia, terminou em maio – em relação a igual período do ano passado, para R$ 96,8 milhões. A receita líquida, por sua vez, cresceu 6,2%, para R$ 2,4 bilhões.

Criptos

O Bitcoin (BTC) manteve o fluxo de alta nesta sexta-feira, a despeito do noticiário negativo com o pedido de falência da Celsius, plataforma de empréstimos em cripto, na noite de quarta-feira (13), mostrando novamente a correlação com as principais Bolsas internacionais.

Por volta de 17h05, a maior cripto do mercado registrava alta de 4%, cotada a US$ 21.184, conforme dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap. O patamar representa alta de 5,4% ao nível do início da semana.

O Ethereum (ETH) também mostra forte valorização após informações de que novas etapas de teste para a fusão da blockchain foram bem-sucedidos. A expectativa é que a atualização da rede seja realizada em setembro.

Na mesma hora, o ETH registrava alta de 6,3%, segundo dados da CoinGecko. Outras altcoins, como são chamados os ativos além do BTC, também operavam no campo positivo. A XRP subia 2,2%, a Cardano (ADA) ganhava 1,8%, enquanto a Solana (SOL) tinha alta de 6,2%.

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