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Ibovespa sobe 1,5% após renovar mínima do ano; Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) puxam alta

Movimento foi, contudo, limitado pela preocupação em torno do gasto do governo federal em 2022

Maeli Prado

Maeli Prado

Em dia de volatilidade do mercado, o Ibovespa fechou em alta de 1,5%, aos 103.654 pontos, recuperando-se após atingir 101.736 pontos durante o pregão – o menor nível desde 9 de novembro do ano passado.

O avanço do Ibovespa foi puxado por empresas ligadas a commodities – Petrobras (PETR3 +4,7%; PETR4 +5,46%) e Vale (VALE3 +2,63%) estiveram entre os destaques, acompanhando a alta nos preços do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional.

O índice, porém, foi pressionado por um aumento das tensões no exterior, motivada pela possibilidade de os bancos centrais elevarem os juros mais rapidamente para combater a inflação. Um movimento deste tipo seria nocivo para os preços das ações porque afetaria o crescimento econômico e aumentaria as despesas financeiras das empresas.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,55%, aos 35.814 pontos; o S&P 500 teve alta de 0,17%, a 4.691 pontos; enquanto o índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,5%, aos 15.775 pontos.

No mercado doméstico, a alta ainda foi limitada pela preocupação em torno do gasto do governo federal em 2022. O consenso é de que as despesas vão crescer, mas há dúvida sobre o tamanho do aumento. O que vai moldar o volume de gastos extras no ano que vem será a PEC dos Precatórios, que está em discussão no Congresso.

A importância da PEC

O texto prevê a possibilidade de parcelar as dívidas judiciais da União e muda a fórmula de ajuste do teto de gastos – regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação. Se for aprovada como está, a PEC abrirá espaço para R$ 106 bilhões adicionais em gastos no ano que vem.

Este número, porém, ainda pode aumentar se a inflação continuar ganhando força e precisa ser chancelado no orçamento de 2022.

A percepção dos especialistas é de que o governo preferiu afrouxar o cinto em vez de manter o rigor fiscal por causa da proximidade das eleições de 2022. A iniciativa vai contra a plataforma de controle de gastos defendida pelo Ministério da Economia. Isso ficou evidente em comentários do chefe da pasta, Paulo Guedes, hoje.

“É uma democracia. Nem sempre o ponto de vista da Economia vence. A Economia luta até o final pelo que é correto tecnicamente. Agora, se a saúde do povo, a erradicação da fome e o aumento do auxílio para R$ 400 for mais importante [que o ajuste fiscal], eu tenho duas medidas possíveis para fazer, e eu avalio sempre.”

E seguiu: “A primeira medida é dizer o seguinte: eu vou sair, porque estão desrespeitando os princípios de uma economia liberal, que quer fazer os ajustes fiscais etc. A segunda é a seguinte: eu acho que a sensibilidade política prevalece, e não violenta a arquitetura fiscal”.

Destaques da sessão

A Braskem (BRKM5 +6,68%) registrou o maior avanço entre os componentes do Ibovespa, depois de a Petrobras rechaçar a notícia de que pretende vender a participação detida na empresa.

As ações da Locaweb (LWSA3 -3,29%), da Totvs (TOTS3 -4,99%) e da Méliuz (CASH3 -5,44% ) estiveram entre as principais quedas do índice, acompanhando o movimento de empresas de tecnologia no exterior.

No setor de energia elétrica, as ações de Equatorial (EQTL3 +2,09%) e Engie (ENGI11 +3,13%) subiram após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que a eletricidade deve ser taxada com alíquotas menores de ICMS onde houver seletividade do imposto.

O que esperar para quarta-feira, 24

O principal evento para o mercado global na quarta-feira, 24, será a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

Os investidores estarão de olho no documento para checar se a pressão por um aumento mais célere dos juros cresceu dentro do comitê de política monetária.

Também saem amanhã nos Estados Unidos, às 10h30, os números da segunda prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. Às 12h, saem os dados sobre os gastos pessoais dos americanos.

No Brasil, estão previstos números sobre a confiança do consumidor, às 8h, de arrecadação do governo federal, às 10h, e da dívida pública, às 14h30.

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