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Ibovespa opera volátil com troca na Petrobras (PETR4) e à espera de ata do Fed; Eletrobras (ELET3) dispara

Por volta das 13h25, o Ibovespa avançava 0,85%, aos 105.052 pontos

Foto: Shutterstock/Travis Wolfe

Após dois pregões seguidos de baixa, o Ibovespa opera nesta quarta-feira (4) entre o campo positivo e o negativo, assim como as Bolsas americanas, que operam sem ímpeto, no aguardo da ata do Fed (o banco central norte americano), além de refletir as trocas na Petrobras (PETR4; PETR3).

Dentre as ações que sobem no índice, destaque para aquelas que recuaram com intensidade nas últimas sessões. Na ponta negativa, ações ligadas ao petróleo recuam com uma baixa do Brent no mercado externo.

Por volta das 13h25, o Ibovespa avançava 0,85%, aos 105.052 pontos. A ação que mais se valorizava era a do Natura (NTCO3), com alta de 7,21%. Na sequência, Grupo Soma (SOMA3) ganhava 6%, Totvs (TOTS3) subia 5,24% e CVC (CVCB3) ganhava 4,40%.

Entre as principais altas, os papéis da Eletrobras (ELET3 e ELET6) apontavam em 3,52% e 2,92% para cima. Na noite de ontem, a elétrica disse que o conselho de administração aprovou a recompra de até 10% das ações em circulação no mercado até julho de 2024. Segundo a companhia, serão compradas até 202,1 milhões de ações ordinárias e até 275 milhões de ações preferenciais.

Considerando o preço de fechamento dos papéis na segunda-feira (2), a Eletrobras pode desembolsar até R$ 8 bilhões para comprar as ações ordinárias e R$ 1,1 bilhão para os preferenciais. A empresa disse que só irá adiante com a recompra se houver dinheiro disponível.

Para Eduardo Nishio, heah de research da Genial Investimentos, a recompra é um sinal clássico de indicação do nível de preços que se encontra uma ação. “Atualmente, a ação ordinária se encontra negociando abaixo dos patamares em que aconteceu sua operação de privatização, mesmo com todos os avanços desde então”.

Além disso, a ação da Petrobras (PETR4) avançava 3,40%. A estatal divulgou mais cedo que Caio Mário Paes de Andrade renunciou à presidência da empresa e ao cargo de conselheiro da companhia.

A saída dele era esperada por causa da troca do governo federal – que já sinalizou a intenção de alterar o comando da companhia – e porque o executivo aceitou em dezembro convite para fazer parte da equipe do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas.

Segundo a Petrobras, com a saída de Andrade, o presidente interino da estatal será o atual diretor de desenvolvimento da produção, João Henrique Rittershaussen, funcionário de carreira da Petrobras.

O governo federal formalizou ontem a indicação do senador Jean Paul Prates para exercer o cargo de presidente e de membro do conselho de administração da Petrobras.

Ainda na ponta positiva, a ação da BRF (BRFS3) avançava 2,51%. A dona das marcas Sadia e Perdigão voltou a ter a americana BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, como um acionista relevante — classificação dada pelo mercado a sócios que tem pelo menos 5% das ações.

Segundo comunicado publicado na manhã desta quarta-feira (4), a empresa recebeu uma notificação da gestora na qual informa que comprou 54,4 milhões de ações ordinárias da BRF e 2,74 milhões de ADRs, que são papéis que replicam nos EUA as ações de empresas listadas no Brasil.

Com a aquisição, a BlackRock agora tem 57,12 milhões de ações ordinárias, o que equivale a 5,27% do total de ações ordinárias emitidas pela companhia.

No âmbito político, o mercado segue de olho nas primeiras declarações do governo eleito. Mais cedo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu oficialmente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Em seu discurso de posse, ele reforçou a necessidade de “frear a desindustrialização no país”. Além disso, disse que o comércio exterior será um grande foco de sua administração, e chegou a prever uma queda nos preços de produtos brasileiros exportados.

Mercado de olho nos Estados Unidos

O mercado americano também opera de lado nesta quarta, com as Bolsas em Wall Street próximas da estabilidade.

Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos, destaca que os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

“Os mercados brasileiro e americano estão em compasso de espera pela ata. Por aqui, embora tivemos quedas relevantes no início da semana e o mercado tenta se recuperar, talvez até a metade da tarde vejamos uma Bolsa de lado”, comenta Paulo.

O documento será publicado às 16h. No encontro realizado em meados de dezembro, o Fed desacelerou a alta dos juros para 0,50 p.p (ponto percentual), depois da sequência de quatro aumentos de 0,75 p.p.

Para a XP, o documento deve trazer uma sinalização dura (hawkish), “em linha com o comunicado e a coletiva de imprensa que acompanharam a última decisão de juros do banco central americano”.

Veja como estavam os mercados americanos nesta quarta:

As baixas do Ibovespa

Na parte negativa do Ibovespa, a ação da Qualicorp (QUAL3) liderava as perdas com uma baixa de 4,88% e estendia as perdas recentes.

Depois dela, a 3R Petroleum (RRRP3) perdia 3%. Mais cedo, a petrolífera informou ao mercado que o atual CEO, Ricardo Savini, que ocupava o cargo desde o final de 2020, deixará o posto. Savini também é um dos fundadores da 3R.  Para seu lugar, o conselho de administração elegeu o atual diretor comercial, Matheus Dias.

Pelo segundo dia consecutivo, os contratos futuros do barril de petróleo tipo Brent operam em baixa no mercado externo. Nesta manhã, o contrato da commodity na ICE tinha uma queda de 2,47%, cotado a US$ 80.

Além da 3R, os papéis da Prio (PRIO3) recuavam 1,57% e os da PetroReconcavo (RECV3) perdiam 2,48%.

O petróleo tem sido pressionado por uma situação indefinida na China. Ao mesmo tempo que o gigante asiático pretende flexibilizar as medidas contra a Covid-19 no país, as infecções pela doença avançam entre a população.

Veja também:
Os movimentos da China que devem definir o cenário para commodities em 2023

Somado a isso, a XP ressaltou em relatório publicado nesta manhã que outros fatores pressionam o preço da commodity. “A expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e uma recessão global prejudicaria o consumo de combustível”.

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