Ibovespa opera próximo da estabilidade, sem EUA e digerindo China, em dia de baixa liquidez

Perto das 13h25, o Ibovespa operava próximo a estabilidade, aos 98.924 pontos, em pregão marcado por baixa liquidez

Foto: Shutterstock

O principal índice da Bolsa brasileira iniciou o pregão em queda, mas logo passou a operar de forma instável, em dia sem bolsa dos Estados Unidos, por conta do feriado da independência. Com isso, o pregão está marcado pela queda de ações de mineradoras, alta das petrolíferas e baixa liquidez nas negociações.

Perto das 13h25, o Ibovespa operava próximo a estabilidade, aos 98.924 pontos. Na ponta positiva, Hapvida (HAPV3) ganhava 7,12%, Locaweb (LWSA3) crescia 6,48, BRF (BRFS3) valorizava 4,41% e Rede D’Or (RDOR3) subia 3,28%.

Além de Hapvida e Rede D’Or, a Qualicorp (QUAL3), outra empresa do setor de saúde, avançava 4,51%. Na visão de Celso Fonseca, sócio e head de renda variável da Venice Investimentos, a subida é um movimento natural para um setor que se desvalorizou muito nos últimos tempos.

Além disso, a prestadora de serviços de plano de saúde anunicou neste domingo (3) a aquisição de uma carteira com 6,7 mil vidas que eram administrados pela Clube Care Brasil. O Valor da transação não foi divulgado.

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Outro setor que subia em bloco era o das petrolíferas, com destaque para os papéis da Petrobras (PETR4; PETR3), que valorizavam 2,15% e 1,89%, respectivamente. Juntas, as ações correspondem a quase 12% das negociações da Bolsa.

Além da estatal, PetroRio (PRIO3) ganhava 3% e 3R Petroleum (RRRP3) subia 2,28%. O setor acompanha a alta do preço do petróleo do tipo Brent no mercado internacional. Na ICE, os contratos futuros para cada barril da commodity valorizavam 1,82% na comparação intradiária, cotados a US$ 113.

Pesa sobre o preço também a notícia de que os trabalhadores da indústria de petróleo offshore da Noruega sinalizaram uma greve nesta terça-feira (5). Dessa forma, a produção e a oferta diminuem e, com isso, o preço sobe.

Quedas do pregão

Na ponta negativa, Yduqs (YDUQ3) perdia 4,31% no mesmo horário, seguida por Fleury (FLRY3), que caía 2,90% e Cielo (CIEL3), que desvalorizava 2,29%.

No caso da primeira, o papel recua após subir muito na semana passada, depois de anunciar a compra da Hermes Pardini (PARD3) por R$ 2,51 bilhões. Na sequência, as mineradoras pressionam o índice acompanhando a queda do minério de ferro no mercado internacional.

Com isso, a Vale (VALE3), que representa quase 16% de todas as negociações do Ibovespa, operava em baixa de 1%. Já a CSN Mineração (CMIN3) perdia 2,10%, CSN (CSNA3) recuava 1,90% e Usiminas (USIM5) perdia 0,95%.

Enquanto isso, na Bolsa de Dalian, na China, a tonelada do minério de ferro teve queda de 5,82%, negociada a 719,50 iuanes, o equivalente a US$ 107,43. A queda é pressionada por mais um decreto de restrições de mobilidade na China para conter o avanço da Covid-19 no país.

Isso traz um receio aos mercados pelo mundo acerca do ritmo de crescimento do país, que é o maior consumidor de minério no mundo, mesmo com as medidas de estímulo anunciadas por Pequim. 

De olho na semana

Fonseca avalia que a atenção dos investidores brasileiros está para o restante da semana. O dado mais importante será conhecido na próxima sexta-feira (8), quando o IBGE divulga o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho.

A expectativa de analistas ouvidos pela Reuters é de um crescimento de 0,7% na inflação do mês passado, um avanço em relação a maio, com alimentos e serviços pressionando os preços.

Na semana passada, foi aprovada no Senado uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos neste ano, e o texto deve ser apreciado em comissões na Câmara nesta semana.

Os investidores ainda estão de olho nos dados da produção industrial de maio, que serão informados amanhã pelo IBGE e que podem confirmar um aquecimento maior que o esperado da atividade econômica brasileira no segundo trimestre.

Bolsas internacionais

Lá fora, os índices americanos estão fechados por conta do feriado. Na Europa, por sua vez, perto do fechamento, o índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo continente, subia 0,64%, o FTSE 100, de Londres, ganhava 1% enquanto o índice alemão DAX seguia um movimento contrário e caía 0,14%.

A subida no Velho Continente é uma resposta das quatro baixas seguidas nos últimos pregões, segundo avaliação da XP, em relatório matinal.

Na região, os investidores ficam de olho em dados que serão divulgados nesta semana, entre eles, a ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve), na quarta-feira (6), e na sexta-feira, a secretaria de estatísticas trabalhistas dos EUA (BLS) divulga a criação de vagas e taxa de desemprego de junho (payroll).

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