Ibovespa devolve ganhos, opera próximo da estabilidade e caminha para melhor trimestre desde 2020

Em mais um dia de realização de lucros durante o pregão, Bolsa brasileira luta para se manter na faixa dos 120 mil pontos

Foto: Shutterstock

Em um pregão impulsionado por ações ligadas à economia doméstica e pressionado pelas commodities, o Ibovespa operava próximo da estabilidade e se encaminha para fechar o primeiro trimestre de 2022 com sua melhor performance desde 2020.

Às 13h10, o principal índice da B3 caía 0,07%, e operava aos 120.173 pontos. Desde o início do mês, o Ibovespa já subiu 6,3%, sendo o quarto mês seguido de valorização. No ano, o avanço é de 14,8%, e caso mantenha a performance no pregão, será o melhor primeiro trimestre para a Bolsa brasileira nos últimos dois anos.

Mais cedo, o índice chegou a anotar uma valorização de 0,49%, mas acabou vendo o movimento de alta perder força durante o pregão. A ação que liderava as altas às 13h10 era a CVC (CVCB3), que crescia 3,32%, seguida por WEG (WEGE3), que subia 2,75%, e BB Seguridade (BBSE3), que valorizava 2,29%.

Papéis como CVC e BB Seguridade, que estão mais expostos à economia doméstica, se beneficiam de uma desvalorização do dólar e pela queda nos juros futuros. Segundo dados da plataforma do TradeMap, a moeda americana era cotada a R$ 4,74, o que representa uma queda de 0,60% na comparação intradia.

Já os juros futuros com vencimento para 2023, 2025 e 2028 apresentam quedas de 2 pontos base, 8 pontos base e 6 pontos base no dia, respectivamente.

Pedro Menin, sócio da Quantzed, destaca que o dia é marcado por uma “luta dentro do índice”, com os compradores não querem que o Ibovespa volte aos patamares de menos de 120 mil pontos e os vendedores não querem que suba muito acima dos 121 mil pontos.

Na ponta negativa, Méliuz (CASH3) liderava as baixas, desvalorizando 3%, sendo seguida por Yduqs (YDUQ3), que caía 3,65%, e Americanas (AMER3), que apontava em 2,40% para baixo. Todos esses papéis apresentaram subidas nos últimos três pregões.

Na visão de Menin, a queda dessas ações ocorre pela chamada “realização de lucros”, ou seja, os investidores estão vendendo papéis que se valorizaram recentemente para aproveitar os ganhos, o que acaba causando queda nas ações de diversos setores.

Commodities caindo

O movimento das ações ligadas à commodities é de queda no pregão desta quinta. Dentre as empresas, PetroRio (PRIO3) caía 2,27% e 3R Petroleum desvalorizava 1,04%. Petrobras (PETR4) subia 0,39% e era a exceção, recuperando parte das perdas recentes.

Em relação ao produto, o petróleo do tipo Brent – que serve como referência para o mercado internacional – apresenta uma desvalorização de 4,4% no mercado futuro da ICE, sendo cotada a US$ 108 por barril.

Segundo informações divulgadas por jornais americanos, o presidente dos EUA, Joe Biden, deve anunciar hoje um plano para liberar cerca de 1 milhão de barris por dia (bpd) das reservas estratégicas de petróleo, por 180 dias.

No momento, os EUA possuem 568,3 milhões de barris de petróleo nas reservas estratégicas, que estão caindo sem parar desde setembro do ano passado, quando estavam em 621,3 milhões.

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As ações ligadas ao minério de ferro apresentaram uma valorização no início do pregão, mas às 13h10 também caíam em bloco. Vale (VALE3) caía 0,18%, enquanto CSN Mineração (CMIN3) desvalorizava 0,49% e Usiminas (USIM5) recuava 2,58%, figurando entre as principais baixas.

Apesar disso, o preço da commodity continua a subir. Na bolsa de Dalian, o minério encerrou as negociações diurnas em alta de 3,3%, a 897 iuanes por tonelada, o equivalente a US$ 141,43.

Exterior cauteloso

No exterior, as bolsas operam em queda nesta quinta. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caía 0,39%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composto recuavam 0,22% e 0,27%, respectivamente.

Por lá, os investidores acompanharam a divulgação do núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que registrou um aumento de 5,4% em 12 meses até fevereiro, o maior desde 1982.

Além disso, as expectativas dos americanos estão por conta do Payroll, indicador econômico que apresenta a folha de pagamentos nos EUA de março, que será divulgado na sexta-feira (1).

No Velho Continente o índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de toda a zona do euro, caía 0,94%, enquanto na Alemanha o DAX recuava 1,31%, e o FTSE 100, de Londres, perdia 0,83%.

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