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Ibovespa “anda de lado” com alta de mineradoras e pressionado por Petrobras (PETR4)

Ibovespa caminha próximo da estabilidade nesta tarde e desde o início das atividades opera entre perdas e ganhos

Foto: Shutterstock

No último pregão da semana o Ibovespa opera próximo da estabilidade desde o início das atividades e, às 13h05, via Petrobras (PETR4) puxar o índice para a ponta negativa, enquanto outras ações ligadas à commodities subiam.

No horário, o índice valorizava 0,06% e operava aos 112.043 pontos, e tinha a BRF (BRFS3) como a maior alta do dia, subindo 4,47%, e a Yduqs (YDUQ3) na ponta negativa, caindo 3,77%.

O frigorífico, que sustentava a maior alta do pregão, irá demitir alguns diretores e eliminar cerca de 25% dos cargos da diretoria, segundo apuração do jornal Valor Econômico. De acordo com o veículo, a medida é parte da estratégia do CEO da BRF, Lorival Luz, de enxugar custos da companhia.

Além disso, seria uma forma de reverter o quadro negativo do primeiro trimestre, quando a dona da Sadia e da Perdigão teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão.

Em relatório distribuído a clientes nesta sexta, os analistas do BTG Pactual ressaltam que a gestão atual da BRF, que assumiu o comando da empresa em 2018, tem se mostrado comprometida com redução de custos. No entanto, o banco ainda sente que há uma falta clareza sobre quanto a cultura corporativa e a governança da BRF ainda podem mudar.

O BTG aponta que a alta rotatividade da gestão da BRF, com cinco CEOs globais, oito CFOs e sete CEOs no Brasil nos últimos dez anos, é um dos motivos para a companhia ter começado a perder eficiência em sua complexa cadeia de produção, causando alta de custos e resultados piores.

“Desde sua criação, a BRF enfrentou diversas mudanças estratégicas, incluindo tensões contínuas entre grupos de acionistas. Então, ter uma estratégia clara e de longo prazo para uma companhia que lida com uma cadeia de produção tão complexa, pressões competitivas enormes e um balanço ainda relativamente alavancado é algo positivo”, escrevem os analistas.

Na sequência das altas do pregão, vinham brMalls (BRML3), subindo 2,55%, B3 (B3SA3), com avanço de 2,50%, Hapvida (HAPV3), com valorização de 2,55%, e BB Seguridade (BBSE3), apontando em 2% para cima.

A última anunciou nesta sexta um acordo entre a Brasilprev, empresa de previdência privada do grupo, e o Banco Modal (MODL11). “A parceria abrange a comercialização de planos de previdência privada geridos pela Brasilprev e quer aumentar o alcance de vendas e agregando novos clientes ao Conglomerado BB Seguridade”, afirma a companhia, em comunicado.

Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, a Bolsa e os demais mercados nesta sexta estão “em cima do muro”, na medida em que os investidores aguardam sinais claros sobre uma inflação global para alocar seus recursos.

“Qualquer sinalização de mudança na inflação no mundo e principalmente nos EUA vai ser um gatilho de venda de bolsa e de compra de dólar, por ser um ativo de proteção. A partir do momento que o mercado verificar que a inflação continua acentuada, isso vai dar o tom do ajuste que o mercado faz da relação entre risco e retorno”, avalia o sócio da GT Capital.

As mineradoras e siderúrgicas subiam em bloco nesta sexta. A Vale (VALE3), que possui o maior peso em toda a Bolsa, ganhava 1%. Além dela, CSN Mineração (CMIN3) subia 1,28%, CSN (CSNA3) valorizava 3,37% e Gerdau (GGBR4) apontava em 1,48% para cima.

Marcus Labarthe vê o setor impulsionado pela alta do preço do minério de ferro no mercado internacional. Na Bolsa de Dalian, a commodity teve uma alta de 4,41% na comparação intradia durante o pregão da manhã. Agora, a tonelada do produto é negociada a 863,50 iuanes, o equivalente a US$ 128,61.

Petrobras no centro das atenções e outras quedas do dia

As ações preferenciais da petrolífera estatal (PETR4) recuavam 3,64%, enquanto as ordinárias (PETR3) perdiam 3,27%. Para além das discussões acerca da troca no comando, mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, declarou nesta sexta-feira que o governo federal pode, por meio de um projeto de lei enviado ao Congresso e em uma discussão rápida, vender as ações que têm da estatal e deixar de ser o sócio majoritário da companhia.

A estatal viveu uma semana agitada. Para começar, na noite de segunda (23), o governo federal demitiu o então presidente José Mauro Ferreira Coelho e nomeou Caio Paes de Andrade para o cargo.

O pedido para destituir Coelho, que ficou no comando da Petrobras por cerca de 40 dias, evidenciou o descontentamento do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro com a política de preços de combustíveis adotada pela companhia.

Coelho havia sido indicado para o cargo para substituir o general Joaquim Silva e Luna, que por sua vez havia sido alçado ao posto em abril de 2021 no lugar de Roberto Castello Branco.

Em todas as substituições, Bolsonaro deixou claro que as trocas estavam vinculadas à insatisfação dele com a política de preços para os combustíveis usada pela Petrobras, que procura fazer com que os valores cobrados por estes produtos no mercado interno acompanhem os do mercado externo.

Posteriormente a isso, a empresa afirmou que, pelo fato de Coelho ter sido eleito presidente num sistema de voto múltiplo, todo o conselho também deveria ser alterado.

Depois, em um âmbito mais operacional, na noite de quarta-feira (25), a Petrobras comunicou ao mercado que assinou com a Grepar um contrato para a venda da refinaria Lubnor (Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste), juntamente com seus ativos logísticos associados, localizados no estado do Ceará.

A negociação trará US$ 34 milhões aos cofres da estatal. Deste montante, US$ 3,4 milhões foram pagos na quarta-feira, US$ 9,6 milhões serão pagos no fechamento da transação e os US$ 21 milhões restantes se darão em pagamentos diferidos.

Contudo, a equipe de analistas do BTG Pactual sugeriu em um relatório que a Petrobras vendeu “barato” o ativo e, utilizando múltiplos de capacidade de outras refinarias ao redor do mundo, afirmou que o negócio poderia valer US$ 59 milhões, 74% a mais do que o valor acordado.

Leia mais:
Saiu barato? Refinaria vendida por Petrobras (PETR4) pode valer 74% a mais que valor acertado; entenda

Além da petrolífera e da Yduqs, as maiores baixas ficavam por conta de Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3), CPFL (CPLE6) e CVC (CVCB3). Respectivamente, os papéis recuavam 2,70%, 2,69%, 2,25% e 2%.

Bolsas internacionais

As principais bolsas dos Estados Unidos e da Europa operam no positivo nesta sexta, em uma semana de ganhos após várias consecutivas de perdas. Nos EUA, os investidores digerem a divulgação do PCE,  o índice de preços de gastos com consumo e indicador preferido do banco central americano.

A inflação medida por esse núcleo atingiu uma alta 0,3% na comparação mensal e 4,9% na comparação anual, resultados em linha com as expectativas. Enquanto isso, em Wall Street, os índices subiam mais de 1%. Dow Jones crescia 1,07%, S&P 500 ganhava 1,79% e Nasdaq valorizava 2,57%.

Na Europa, já perto do fechamento, eram observados mais ganhos nos índices acionários. Enquanto o FTSE 100 valorizava 0,27% e o DAX subia 1,62%, o índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo o continente, apontava em 1,42% para cima.

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