Hypera (HYPE3) supera previsões do mercado e ação sobe mais de 4% na Bolsa

Vendas para o mercado institucional foram o destaque do trimestre

Foto: Shutterstock

A companhia farmacêutica Hypera (HYPE3) surpreendeu positivamente o mercado em todas as linhas de seus resultados do segundo trimestre, divulgados na noite de quinta-feira (26). Como consequência, suas ações figuravam entre as maiores altas do pregão de sexta, com avanço de 4,45%, a R$ 42,29, por volta das 16h.

Para Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, analistas do Itaú BBA, “os resultados da Hypera no segundo trimestre exibiram a execução premium de seu portfólio de marcas e bons níveis de estoque em meio a uma escassez global de certos medicamentos e matérias primas”, segundo relatório distribuído a clientes.

Um dos destaques da companhia no trimestre, na visão de analistas, foram as vendas para o mercado institucional, que impulsionaram a receita líquida para R$ 1,896 bilhão – alta de 28% na comparação com os mesmos três meses de 2021. O número ficou 3,2% acima da projeção do BBA e 3,3% acima da previsão da XP Investimentos.

Como mencionado, o principal fator por trás do crescimento da receita foram as vendas para o mercado institucional, que cresceram 157% na comparação anual. Outros pontos que ajudaram a expansão de receita, segundo o BBA, foram o crescimento de 25% nas vendas diretas ao consumidor final, 6,5 pontos percentuais acima da expansão média do mercado; e a contribuição das marcas adquiridas da Sanofi.

Apesar de ter contribuído para a receita, essa maior participação de vendas institucionais, que tem margens mais baixas, pesou sobre a rentabilidade da companhia, levando a margem bruta para 63,7%, 1,8 ponto percentual abaixo da anotada no segundo trimestre do ano passado.

Esse efeito, porém, não foi repassado para a margem Ebitda, uma vez que foi compensado pela diluição de despesas de vendas, gerais e administrativas e de marketing. Assim, o Ebitda das operações continuadas ex-outras (excluindo efeitos não recorrentes) cresceu 31% na comparação anual, para R$ 674,1 milhões, e a margem Ebitda ficou em 35,6% – 1,4 p.p. acima do anotado no mesmo período de 2021, 0,5 p.p. acima da projeção do BBA e 1,4 p.p. acima da XP.

A margem Ebitda, diz a XP, também foi apoiada por sinergias de aquisições e pelo aumento nas vendas das maiores marcas da Hypera.

O lucro líquido foi pressionado pelo resultado financeiro, que sofreu com o aumento da taxa de juros e com as dívidas da aquisição da Takeda, mas permaneceu praticamente estável, com contração anual de 5%, em R$ 456 milhões – 13,7% acima da estimativa da XP.

Compra, compra, compra

Depois da divulgação dos resultados, o Itaú BBA, o Bank of America, a Eleven e a XP Investimentos reiteraram suas recomendações de compra para a ação da Hypera, com preço-alvo médio de R$ 47,25 – o que corresponde a alta de 16,7% em relação ao valor do papel no fechamento de quinta-feira, de R$ 40,49.

“A Hypera continua a ser uma de nossas favoritas em nossa cobertura do setor de saúde, devido à combinação de um valuation ainda atrativo e de um crescimento sólido de receita (com alavancagem operacional e forte crescimento de Ebitda) que esperamos que continue”, afirma o BBA.

Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun e Vinicius Pretto, analistas do BofA, afirmam ainda que a Hypera tem um forte pipeline de novos produtos, que criam oportunidades, e que as aquisições recentes parecem estar performando melhor do que o esperado. Outro ponto que deve favorecer a companhia daqui para frente é o teto de aumento de preços de medicamentos de 10,9%, que pode permitir recuperação de margens.

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