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Há mais duas eleições, além da brasileira, que investidor deve monitorar, diz Dhalia Capital

Bolsa brasileira ainda sofre grande influência de fatores externos, segundo a gestora

Foto: Shutterstock

As eleições no Brasil estão entre os grandes temas para o mercado financeiro no segundo semestre, mas a influência de fatores externos sobre a Bolsa brasileira – que inclusive explica boa parte do desempenho do Ibovespa neste ano – significa que o investidor precisará acompanhar de perto processos eleitorais de outros países. A avaliação é da gestora Dhalia Capital em carta divulgada nesta quinta-feira (1º).

A gestora aponta que, embora haja argumentos relacionados ao cenário político e econômico do Brasil que possam ser usados para justificar o comportamento da Bolsa até este momento de 2022, na prática foram elementos vindos de fora – como a montanha-russa nos preços do petróleo e de outras commodities, por exemplo – os principais responsáveis pelo movimento dos mercados locais.

No caso das eleições brasileiras, a Dahlia aponta que os maiores problemas a serem enfrentados pelo próximo governo serão a inflação elevada e os juros altos – mas que isso pode depender mais da situação nos Estados Unidos que com as decisões tomadas aqui.

A gestora ressalta que a diferença entre a inflação brasileira e a americana está atualmente em 1,5 ponto porcentual, bem abaixo da média de 3,4 pontos porcentuais dos últimos 15 anos. “Isso mostra que boa parte da inflação brasileira tem sido importada”, acrescentou.

A Dahlia ressalta que nos últimos seis anos o Brasil fez uma série de reformas “que ainda trarão resultados positivos”, como a da previdência e a aprovação dos marcos do gás natural, do saneamento e de telecomunicações.

Porém, “os riscos no cenário global ainda preocupam, o que nos impede de ter riscos muito além das posições neutras em nossas carteiras”, informou.

China

Uma das eleições que os investidores precisarão acompanhar será a da China. No dia 16 de agosto devem ser anunciados os resultados do Congresso do Partido Comunista (CCP). A expectativa é que o presidente chinês e atual secretário-geral do partido, Xi Jinping, seja reconduzido ao cargo para um terceiro mandato. 

Segundo a Dhalia, os principais desafios do novo governo serão lidar com a política de “Covid Zero”, que ainda está levando à lockdowns em massa, e o aumento do desemprego entre os jovens, atualmente na faixa de 20% – o mais alto da história.

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Também será preciso achar uma solução para o nível de endividamento da economia, sobretudo no mercado imobiliário, responsável por 30% do PIB chinês.

“Preços seguem bastante elevados na China. Sem estimular o mercado imobiliário, o governo terá que encontrar uma nova forma de fazer a economia crescer”, escreveu a Dhalia.

A economia chinesa é particularmente importante para o Brasil. A China é uma grande consumidora de commodities e é uma das maiores compradoras de matérias-primas e produtos agrícolas produzidos por aqui. 

Estados Unidos

A outra eleição que deve ficar no radar do mercado é a dos Estados Unidos. Os americanos vão às urnas em novembro para escolher os deputados e renovar um terço do Senado. Segundo a Dhalia, a expectativa é que o Partido Republicano – de oposição ao presidente Joe Biden – controle ao menos uma das casas, o que deve gerar mais equilíbrio de poder entre o Executivo e o Congresso.

Assim como no Brasil, a inflação americana, em torno de 8,5%, é um dos principais desafios para a maior economia do mundo, e joga contra a popularidade do atual ocupante da Casa Branca.

“A expectativa do mercado é que haja uma desinflação para próximo de 3% até o meio do ano que vem. Porém, um dos riscos para esse cenário é que os preços de petróleo podem voltar a subir”, disse a Dahlia, apontando que entre outubro e novembro o governo americano deve parar de liberar estoques estratégicos de petróleo (SPR) para o mercado.

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